Mel, um alternativa para a criança com tosse

Num estudo (Effect of Honey on Nocturnal Cough and Sleep Quality: A Double-blind, Randomized, Placebo-Controlled Study), realizado por Herman Avner Cohen e colaboradores, publicado na revista Pediatrics, os investigadores examinaram 300 crianças com idades compreendidas entre os um e os cinco anos de idade, com diagnóstico de infecção das vias respiratórias superiores. Todas as crianças estavam doentes há sete ou menos dias e apresentavam tosse nocturna e corrimento nasal. Nenhuma apresentava sintomas de asma ou pneumonia.

As crianças receberam aleatoriamente uma de quatro formas de tratamento meia hora antes de deitar: cerca de duas colheres de mel de eucalipto, mel de citrinos, mel de plantas da família Labiatae ou um produto placebo em tudo semelhante ao mel.

De acordo com as respostas dos pais a um questionário realizado no dia anterior e no dia seguinte ao tratamento, os investigadores constataram que, embora todas as crianças apresentassem melhorias em termos de qualidade do sono e gravidade da tosse, aquelas que haviam tomado mel apresentaram melhoras muito mais significativas do que aqueles que tomaram o placebo.

Alguns investigadores acreditam que a proximidade das fibras nervosas que controlam a tosse daquelas que controlam o paladar doce poderá dar maior potência a substâncias doces com uma capacidade natural de suprimir a tosse. Outros acreditam que a espessura do mel, juntamente com a sua capacidade de provocar a salivação (e, consequentemente, lubrificar a garganta), são as principais características que poderão explicar o potencial do mel para acalmar a tosse.

"À luz do nosso estudo, o mel pode ser considerado uma alternativa segura e eficaz [em relação aos fármacos], pelo menos para crianças com mais de um ano de idade", conclui o autor do estudo.

Há muito que o mel é apreciado, entre outros motivos, pelas suas propriedades antioxidantes, provenientes da vitamina C e de flavonóides, mas também devido ao seu potencial antimicrobiano.