Carlos Arroz, presidente do Conselho Nacional do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), escreveu ontem uma carta ao
ministro da Saúde, Paulo Macedo, na qual o acusa de estar a patrocinar o
«total desmantelamento da principal mais-valia do SNS: os médicos e a carreira
médica».
Escreve Carlos Arroz na sua carta:
«V. Exa. fecha os olhos aos que no terreno desonram o seu compromisso e a sua palavra – o pagamento das horas extra e os descansos compensatórios têm mais variantes locais do que um menu de restaurante chinês.
V. Exa. não abre concursos de recrutamento para qualquer Unidade do SNS preferindo que os médicos mais novos emigrem, aceitem vencimentos aviltantes ou caiam nas mãos indiferentes de empresas de prestação de serviços médicos, transformando-os em pacotes de horas e em lotes de concursos públicos ao nível do papel higiénico e da algália.
V. Exa. não quer um Assistente, um Assistente Graduado ou um Assistente Graduado Sénior. V. Exa. ainda nem percebeu muito bem para que serve um concurso ao Grau de Consultor. V. Exa. quer médicos que produzam 5 consultas por hora, que operem olhando para a ampulheta, que ignorem a formação dos mais novos e dos futuros especialistas.
V. Exa. quer que os médicos trabalhem no SNS em outsourcing, desligados de qualquer hierarquia técnica, de qualquer carreira, de qualquer responsabilidade formativa, de qualquer incentivo ao trabalho em equipa.»
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