quarta-feira, 1 de junho de 2011

Telemóveis e cancro

A Organização Mundial de Saúde (OMS) admitiu ontem que o uso de telefones portáteis, nomeadamente telemóveis, deve ser considerado como "possivelmente cancerígeno". "As provas, que continuam a acumular-se, são suficientemente fortes para justificar uma classificação de nível 2b" (um dos cinco níveis que define os produtos "possivelmente cancerígenos para os seres humanos"), afirmou o presidente daquele grupo de trabalho da OMS, Jonathan Samet que falava no final de um encontro, da responsabilidade do Centro Internacional de Investigação do Cancro , que reuniu durante oito dias em Lyon, França, cerca de trinta especialistas de 14 países.

"O grupo de trabalho definiu esta classificação com base em estudos epidemiológicos que demonstram um risco acrescido de glioma, um tipo de tumor cerebral, associado ao uso de telefones sem fios", afirmou Jonathan Samet. Um dos estudos analisados apresentou um risco aumentado de 40% para gliomas entre as pessoas que usavam telemóveis em média 30 minutos por dia ao longo de 10 anos.

O responsável explicou que a classificação 2b significa que "pode haver risco e que é preciso acompanhar de perto a relação entre o uso de telefones portáteis e o risco de cancro".

A classificação vai de 1 (cancerígeno para o ser humano) a 4 (provavelmente não cancerígeno para o ser humano). O nível 2 foi dividido em 2a (provavelmente cancerígeno para o ser humano) e 2b (pode ser cancerígeno para o ser humano).

Os especialistas realçaram que não há suficientes estudos de longo prazo para que se possa afirmar com certeza se a radiação emitida pelos telefones causa cancro ou não, mas há dados que permitem estabelecer relações entre a exposição às radiações e riscos para a saúde dos consumidores que são suficientes para que tal constitua uma preocupação. Nestas circunstâncias, os consumidores devem pensar em formas de reduzir a exposição às radiações, alertaram os cientistas.

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