segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A prescrição de medicamentos por via electrónica (2)

...obrigatória a partir de 1 de Março...

«- É impossível. Se nem o Estado consegue garantir isso, como é que o vai impôr aos outros? Parece-me um princípio óbvio: o Estado não tem o direito de impôr a ninguém aquilo que ele próprio não cumprir. O que é que acontece se um sistema informático avariar e, por exemplo, não houver alternativa de papel?»

«- Concordo [com a informatização]. O futuro é a informatização e uma das grandes falhas do SNS [Serviço Nacional de Saúde] é a falta dela e a falta de comunicação entre os diferentes sectores e também com o sistema privado. Portanto, a informatização é desejável e possível. Agora, todas as circunstâncias, pormenores e condicionamentos têm de ser ponderados e têm de ter uma solução. Por exemplo, um médico reformado continua a passar receitas aos amigos e familiares. Tem de ser obrigado a comprar um sistema extremamente oneroso para passar uma receita de vez em quando? E os médicos que trabalham por esse país fora, que são de outra geração e que nunca usaram computador? E para não falar nos constrangimentos que tudo isto causará no SNS, porque as pessoas deixam de ter respostas num lado e passam todas a ir ao mesmo sítio.»
.../... 
(Excerto de entrevista do Prof. José Manuel Silva, Bastonário da Ordem dos Médicos, ao jornal "Notícias Médicas", Número 3104, de 26 de Janeiro de 2011)

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