Quem o disse (link) é director-geral da Jaba Recordati, o Sr. Nelson Pires, licenciado em Direito. E porque será "disparate" a unidose? Porque «os países onde existia a unidose, como o Reino Unido, querem abandonar o sistema. É um disparate porque apela à contrafacção e porque financeiramente também não é viável. O doente até poderá vir a pagar menos e evita-se desperdício, mas na farmácia vai ter de ser criada uma embalagem própria, para além da embalagem que a farmacêutica já tem, vai ter de haver um farmacêutico para manipular o medicamento, vai ter de haver um técnico para atender o doente e ver o número de comprimidos e, por fim, a indústria vai ter de se adaptar a tudo isto e terá as farmácias e armazenistas a querer renegociar, porque estão a comprar ao comprimido e não à embalagem. E é um disparate final porque ainda há bem poucos anos fizemos o redimensionamento das embalagens para as adaptar à real necessidade de tratamento dos doentes.»
Ou seja, o doente até poderá vir a pagar menos e evitar-se-á o desperdício que reconhecidamente subsiste, a despeito do anterior redimensionamento das embalagens de medicamentos. Mas, como dá trabalho e, como o Sr. Pires deixou escapar, «a indústria vai ter de se adaptar a tudo isto e terá as farmácias e armazenistas a querer renegociar, porque estão a comprar ao comprimido e não à embalagem» é um "disparate"...
É com este e outros pires da indústria farmacêutica que a Sra. Ministra da Saúde tem que negociar. E não é difícil adivinhar como é complicado enfrentar e contrariar os interesses representados por grupos de pressão tão poderosos como são os da indústria farmacêutica. De que o Sr. Nelson deve ser apenas um minúsculo representante.
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