Custa a acreditar! A generalidade dos médicos considera-se assoberbado de trabalho e queixa-se de falta de tempo para atendimento dos doentes que os procuram. A Ordem dos Médicos com base num "inquérito" (realizado em que condições?) a que terão respondido dois mil clínicos (provavelmente de uma fracção de médicos com menos que fazer...) num universo de várias dezenas de milhar, conclui que "pelo menos 90 por cento dos médicos estariam dispostos a distribuir genéricos após as consultas". Ou seja, infere-se, a partir de um inquérito, provavelmente não representativo, que a maioria (90%), dos médicos se disponibiliza para substituir os farmacêuticos na distribuição de medicamentos. Esta é a classe profissional que tanto tem pugnado, através da Ordem do Médicos, pela existência de uma correcta definição legal de "acto médico", que atribua aos médicos, e só a eles, a respectiva competência. Entretanto, admite a possibilidade de "invadir" a área profissional dos licenciados em farmácia... Não é isto o que se costuma designar como "oferecer o flanco ao adversário"?
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