quinta-feira, 17 de agosto de 2017

É boa ideia fazer um check-up médico anual? (3)

Última parte parte do artigo de opinião de David Marçal, com o mesmo título, publicado no passado dia 13 de Agosto no jornal "Público".

.../...«Os check-ups em massa tiveram a sua origem histórica no Reino Unido, ainda no século XIX. O objectivo era, claro, prevenir doenças. Mas as motivações foram para além disso, tendo as companhias de seguros assumido um papel relevante no início do século XX na sua promoção, pois consideravam que tinha valor económico saber a história médica dos seus candidatos a segurados. Ao longo do século XX os check-ups generalizaram-se, embora os exames tenham variado ao longo do tempo e de médico para médico.

Em 1968 a Organização Mundial da Saúde publicou um documento que definia dez princípios a aplicar no rastreio preventivo de doenças. Entre eles, a doença deveria ser um problema de saúde importante, ter tratamento e haver uma fase assintomática. A partir de 1989 um organismo norte-americano (a US Preventive Services Task Force) começou a publicar recomendações acerca de procedimentos de medicina preventiva para cerca de 60 doenças, baseadas nos estudos existentes, que têm sido periodicamente actualizadas. O mesmo têm feito autoridades de outros países. Queremos hoje saber que exames podem fazer sentido e para quem. Por exemplo, adultos sem sintomas podem beneficiar da medição regular da pressão arterial e do índice de massa corporal. Exames específicos, que têm em conta factores de risco familiares, profissionais, ambientais e a idade, são preferíveis a uma extensa bateria de testes iguais para todos. O que parece fazer sentido é articular com o médico como e quando devemos vigiar a nossa saúde, sem que a consulta implique necessariamente a realização de muitos exames.»

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