Em entrevista dada ao jornal "Diários de Notícias", o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, teceu várias considerações sobre a formação dos profissionais de medicina familiar e terá até indicado o Reino Unido como referência de uma "formação menos exigente". A MBA (British Medical Association) Associação Médica do Reino Unido já respondeu e disse serem afirmações "incorrectas" e que é uma ideia que "prejudica gravemente" os médicos de família "altamente qualificados" que trabalham em todo o país.
"Se for ao Reino Unido o sistema está diversificado, sobretudo aquilo que é a medicina familiar, que tem um nível de formação menos exigente do que a formação de médicos especialistas" - foi esta afirmação proferida pelo ministro do Ensino Superior que levou à troca de palavras entre os médicos britânicos que não ficaram contentes com a definição. O contexto da resposta está relacionado com o facto de Manuel Heitor ter defendido que um médico de medicina familiar não precisaria "se calhar, ter o mesmo nível, a mesma duração de formação" que médicos de outra especialidade.
"É completamente incorrecto descrever a formação dos médicos de família no Reino Unido como menos exigente do que para outras especialidades médicas", pode ler-se na nota da Associação Médica do Reino Unido, que explica todos os processos de formação pelos quais um médico de família no país passa até estar inteiramente qualificado para exercer.
"Temos de reconhecer o campo altamente especializado da medicina familiar, e fazer recuar quaisquer sugestões de que os especialistas em medicina geral são de alguma forma menos qualificados do que os seus colegas noutros campos", escrevem. A Associação fez ainda saber que mesmo os profissionais médicos estrangeiros que se mudam para o Reino Unido passam por processos de averiguação para garantir que satisfazem os "elevados padrões" do Reino Unido.
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