Quantas doses são necessárias?
A Pfizer e a Moderna desenvolveram vacinas que requerem a administração de duas doses por pessoa. No caso da Pfizer, o intervalo entre doses é de 21 dias, ao passo que a Moderna tem uma distância de 28 dias entre a primeira e a segunda dose.
Desde o primeiro momento, os cidadãos deverão ficar mais protegidos face aos efeitos do novo coronavírus, mas a protecção só será completa após as duas doses.
A AstraZeneca também requer duas doses, desta feita com um intervalo de 21 dias. Neste caso, a imunidade só atinge os 70% cerca de 14 dias depois da segunda dose.
A Janssen, por fim, distingue-se por ser a única destas quatro opções que apenas requer uma dose para garantir a imunidade. Será a principal vantagem deste fármaco em relação aos outros.
Qual é a eficácia de cada uma delas?
Segundo a revista científica The New England Journal of Medicine, citada pelo jornal espanhol El Mundo, a eficácia das vacinas da Pfizer e da Moderna ronda os 95% (95% na Pfizer/BioNTech e 94,5% na Moderna).
A FDA, por seu turno, indica que a vacina da Moderna é "altamente eficaz", embora a eficácia diminua um pouco junto dos mais velhos – passa de 95,6% no grupo etário dos 18 aos 64 anos para 86,4% na faixa dos maiores de 65 anos. Ainda assim, perante os dados disponíveis até ao momento, os especialistas lembram que não será possível concluir que exista uma diferença da eficácia consoante a idade.
Passando para a AstraZeneca, verifica-se uma eficácia média de 70%, de acordo com dados publicados na revista The Lancet, em Dezembro do ano passado. Pode ser de apenas 62% ou chegar aos 90%, sendo que este intervalo amplo é justificado com um erro nos testes realizados inicialmente junto de voluntários.
A AstraZeneca garante, porém, que os resultados dos ensaios clínicos dão conta de fortes respostas, com os adultos a gerar 100% de anticorpos específicos depois da segunda dose.
Sobre a Janssen, um estudo realizado junto de mais de 44 mil pessoas aponta para uma redução de 67% do número de casos sintomáticos duas semanas depois de administrada a vacina. Neste momento, a farmacêutica está a avançar com testes junto de crianças e adolescentes.
Como funcionam?
As vacinas da Pfizer e da Moderna assentam na tecnologia ARNm, que consiste em introduzir um conjunto de instruções genéticas da proteína S do coronavírus numa nanocápsula que depois chega a células do organismo para induzir uma resposta de imunidade.
No caso da AstraZeneca, a vacina tem por base uma versão debilitada do adenovírus da gripe comum que provoca infecções em chimpanzés. Os cientistas consideram que esta opção gera uma resposta imunitária mais forte só com uma dose e, além disso, não é um vírus que se replica, pelo que não poderá provocar uma infecção contínua no indivíduo vacinado. Esta é uma abordagem mais clássica.
Quanto à Janssen, a vacina tem origem num vector viral sem capacidade de replicação, um adenovírus humano (tipo 26), que codifica a glicoproteína do novo coronavírus. Isto faz com que o sistema imunitário reconheça e ataque o patogénico.
Quais são os efeitos secundários?
Segundo o El Mundo, as reacções adversas das vacinas, no geral, não superam 40% dos vacinados. As mais frequentes são dor no lugar da injecção, cansaço, dores de cabeça e no corpo, sendo que não costumam durar mais do que 48 horas.
A Moderna é, até agora, a vacina com mais reacções, nomeadamente junto dos mais jovens e depois da segunda dose. As pessoas mais velhas, depois dos 65 anos, parecem reagir menos à vacina.
A AstraZeneca e a Janssen são, contudo, as farmacêuticas que mais têm dado que falar devido aos casos muito raros de coágulos sanguíneos. Ainda assim, em ambos os casos, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA na sigla em inglês) admitiu que os benefícios superam os riscos.
Quais são as condições de conservação de cada uma?
A vacina da Pfizer/BioNTech deve ser armazenada a -75°C±15°C, o que representa alguns desafios para os países - embora já esteja a desenvolver uma versão mais "prática". A Moderna aponta para condições menos exigentes para os planos de vacinação de cada país, a par da Oxford/AstraZeneca (que é também mais económica).
A Janssen, além de exigir apenas uma dose, apresenta também uma estabilidade de temperatura de refrigeração mais conveniente: pode ser conservada durante três meses entre dois e oito graus. Pode também manter-se válida durante anos, se conservada a -20 graus.
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