Apesar de algumas directrizes alimentares recomendarem que se minimize o consumo de lacticínios integrais, novos achados do estudo (1) "Epidemiologia Prospectiva Rural Urbana" (Prospective Urban Rural Epidemiological, PURE) sugerem que o consumo de lacticínios poderá, de facto, reduzir o risco de doença e mortalidade cardiovascular (CV).
Como parte do estudo PURE, o consumo diário foi avaliado em mais de 136.380 indivíduos, entre os 35 e os 70 anos, em 21 países, que foram acompanhados durante 9,1 anos, em média.
Em comparação com não ingerir nenhum lacticínio, o consumo de mais de duas porções diárias foi associado a um risco menor do resultado composto por mortalidade ou eventos cardiovasculares maiores, mortalidade total, mortalidade cardiovascular, doença cardiovascular maior e AVC. Não houve associação significativa com enfarte do miocárdio.
Embora algumas directrizes alimentares recomendem a restrição do consumo de lacticínios integrais com base em preocupações relacionadas com o efeito adverso nos lipídios séricos, os autores, apresentando seus achados na revista Lancet, dizem que este estudo sugere que o consumo de lacticínios não deveria ser desencorajado "e talvez devesse até mesmo ser encorajado em países de rendimentos baixos e médios nos quais o consumo de lacticínios é reduzido".
Referências:
(1) Dehghan M, Mente A, Rangarajan S, Sheridan P, Mohan V, Iqbal R et al. on behalf of the Prospective Urban Rural Epidemiology (PURE) study investigators. Association of dairy intake with cardiovascular disease and mortality in 21 countries from five continents (PURE): a prospective cohort study. Lancet. Publicação online de 11 de Setembro de 2018.
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