quinta-feira, 5 de julho de 2018

O excesso de diagnósticos médicos faz mal à saúde...

O Conselho Europeu da Organização Mundial dos Médicos de Família publicou, após reunião realizada no final de Junho, uma declaração de posição (Position paper on overdiagnosis and action to be taken) sobre o diagnóstico excessivo, na qual apela aos médicos de família que reconheçam e minimizem os efeitos do sobrediagnóstico, fenómeno que está a aumentar.

«A medicina moderna trouxe benefícios impressionantes para a humanidade. Um efeito colateral dos seus muitos sucessos é, no entanto, uma crença cultural infundada de que prescrever mais medicamentos é necessariamente melhor, independentemente do contexto», pode ler-se no documento da WONCA - World Organization of Family Doctor.

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«Estão cada vez mais disponíveis mais métodos de vigilância, investigação e tratamento e a ansiedade sobre a saúde tem-se tornado generalizada. A actividade médica injustificada leva ao desperdício desnecessário de recursos, desigualdades na saúde e, na pior das hipóteses, provoca danos directos a pacientes e cidadãos saudáveis», diz ainda aquela organização mundial. O documento reconhece que o sobrediagnóstico «diminui a qualidade dos cuidados de saúde, coloca os doentes em perigo, aumenta as percepções de incapacidade entre os pacientes e compromete a saúde pública».

Por estes motivos, a WONCA considera que, juntamente com outras partes interessadas, os médicos de família têm um papel fundamental em informar tanto autoridades, como colegas profissionais e o público em geral de que «uma visão de "zero riscos médicos" na vida é irrealista e potencialmente prejudicial».

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