O artigo de opinião de Ferreira Fernandes publicado hoje no jornal "Diário de Notícias" com o título "Esperançazinha". Com a habitual vénia,
«Há umas pequenas angústias vindas do ano que passou e ainda se prolongam, certo? O país ao lado pode estilhaçar-se, o perigoso Próximo Oriente está cada vez mais próximo, o maluco norte-coreano dos mísseis, o Trump - oh, o Trump, todo ele uma tragédia pegada... - e o brexit... Vamos ter um ano inteiro para retocar aqui e ali, e por isso ainda nem falei de problemas internos. Comecemos pelo brexit. Problema porquê? Pela razão evidente: enfraquece a Europa. Quem não entende isto pode ir para a Travessa do Fala-Só onde irei dar uma conferência mais logo (nem lá apareço). Tchauzinho... Continuemos, então, entre nós: como se deram conta, contra o brexit e as suas ondas más, entramos em 2018 com um ativo que não tínhamos no começo de 2017. Um líder europeu com um forte e belo discurso (o lirismo é importante nas palavras mobilizadoras) sobre a Europa. O último que tínhamos ouvido era de 2016 e de alguém que não era de cá e estava de saída - Obama. Agora, temos Emmanuel Macron, europeu... e francês. Isto conta: se falamos do papel da Europa no mundo, não podemos desperdiçar uma antiga potência global, com experiência de gestão de povos pelo mundo fora. A Inglaterra ir-se embora (a primeira perda da UE em 60 anos) será uma nossa tragédia e ninguém melhor do que a França, com passado global igual, para a dissuadir. Macron, jovem e enérgico, já provou que é um homem de ação ao mudar radicalmente o velho e sólido regime do seu país. De fora da Grã-Bretanha ele é o único líder capaz de convencer que há uma mão estendida credível para fazer o brexit arrepiar caminho. Este meu artigo foi inspirado no texto "Ele até pode parar o brexit", da francesa Natalie Nougayrède, no jornal inglês The Guardian, no penúltimo dia do ano. Nougayrède foi a primeira diretora do jornal Le Monde e hoje trabalha no The Guardian. Eis o que ilustra o que eu dizia.»
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