sábado, 9 de dezembro de 2017

O Eurogrupo, finalmente, rendeu-se aos copos e às mulheres

A crónica de João Quadros, intitulada "O cisne feio", publicada há dois dias no "Jornal de Negócios". Com a merecida vénia,

«Mário Centeno é o novo presidente do Eurogrupo. Está confirmado, o tempo anda tão avariado que tivemos um primeiro de Abril em Dezembro.

O ministro das Finanças mais perigoso da Europa do euro, apoiado pelas forçadas danadas de esquerda, temido pela sua loucura, no que diz respeito à austeridade, fica a mandar no Eurogrupo. O euro está nas mãos da geringonça! O Eurogrupo, finalmente, rendeu-se aos copos e às mulheres. - Não podes vencê-los, junta-te a eles - terá pensado Merkel depois de uma garrafa de Gatão.

Também pode estar a acontecer o contrário. O Eurogrupo, vendo que uma das ovelhas negras do Sul estava a ficar lãzuda, com ideias diferentes do que a UE defende, decidiu trazê-la para a frente do rebanho para a arrebanhar. Isto pode ser perigoso. Parece-me essencial que Mário Centeno entre visivelmente bêbedo na primeira reunião a 13 de Janeiro para marcar logo a nossa posição.

O nosso ministro das Finanças tem de mostrar aos seus colegas que era ele que fazia festas em Harvard quando todos tentavam dormir. Que foi ele que desligou o quadro eléctrico só para um dia não terem aulas, que enfiava rãs nas calças dos colegas e que era conhecido por ter sempre erva escondida nos calhamaços de Economia. Se Centeno começa a relaxar, passa de ter ar de tresloucado para ter ar de totó. A linha é muita fina e convém não dar muita confiança àquela gente pardacenta do Eurogrupo.

Convém lembrar que o nosso ministro das Finanças chamou míope ao Eurogrupo. É assim mesmo, esse é o caminho. Agora que já é o chefe, devia dizer: - O Eurogrupo é uma caixa-de-óculos. Um bocadinho de "bullying" para verem quem manda e para perceberem ao que vamos.

Acho que tudo isto começou com a saída de Portugal dos défices excessivos. Pessoalmente, nunca me senti bem por estar fora do procedimento por défices excessivos. Acho que não cumprir o défice dava-nos mais estilo. Ser marrões e bons alunos é muito pouco sexy. Não cumprir o défice é de quem anda de moto sem capacete e faz cavalinhos e usa blusão de cabedal. O ar de que não respeita certas regras dá outra pinta.

Centeno tem de levar a ribaldaria para o Eurogrupo ou eles tomam conta dele com as suas ideias chatas. Tenho receio de que deixem de vir tantos turistas para Portugal, se começa a constar que nós somos do género dos alemães. Quando é para ir viajar, escolho sempre os países com praia e défices excessivos. Presumo que deve ser onde há mais ribaldaria e menos gente chata.

Força, camarada Centeno!»

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