segunda-feira, 24 de julho de 2017

Giuseppe di Stefano

Giuseppe Di Stefano, tenor de ópera, italiano, nasceu em Motta Sant'Anastasia, na província de Catânia, Sicília, no dia 24 de Julho de 1921.

Di Stefano tinha um talento natural para o canto que, desde cedo, impressionou todos os que o rodeavam. Depois de se ter mudado com a família para Milão, estudou com Luigi Montesano e Mariano Stabile, mas o eclodir da Segunda Grande Guerra Mundial obrigou-o a integrar o exército italiano. O seu comandante depressa compreendeu que ele seria mais útil à pátria como cantor e conseguiu livrá-lo da frente russa. Durante esse período, Di Stefano chegou a actuar como cantor ligeiro, com o nome de Nino Florio, antes de fugir para a Suíça, onde fez as primeiras gravações na Rádio de Lausanne.

De regresso a Itália, Giuseppe Di Stefano fez a sua estreia operática em 1946 em Reggio Emilia como Des Grieux, na "Manon", de Massenet. Um ano depois, triunfava no Scala de Milão e, em 1948, no Metropolitan de Nova Iorque, como Duque de Mântua, no "Rigoletto". No início dos anos 50, iniciou uma brilhante parceria com Maria Callas, com quem formou um famoso par operático (e com quem manteve, durante certo tempo, um relacionamento amoroso), da qual se destaca, por exemplo, a "Tosca", em 1953, dirigida por Victor de Sabata, a "Lucia di Lammermoor", de Donizetti, com Karajan, em 1955, ou "La Traviata", com direcção de Giulini e encenação de Visconti.

O apogeu da fama de Giuseppe Di Stefano, nos anos 1950, acabou por coincidir com o início de sua decadência, no final daquela década, quando a sua voz começou a perder a flexibilidade e a suavidade anteriores, provavelmente devido a uma certa indisciplina e desleixo quanto à sua própria carreira e também ao facto de, a partir de então, ter começado a adicionar ao seu repertório habitual papéis para tenor lírico-spinto e até dramático, o que acabou por danificar a sua voz, essencialmente lírica.

Mas o tenor lírico italiano foi também um bon vivant, um espírito indisciplinado e um artista de entrega sem limites que nem sempre soube poupar a sua preciosa voz. Por isso a sua carreira foi curta, apesar de ter vivido até aos 86 anos. Rudolf Bing, director do Met, afirmou que Di Stefano podia ter atingido a estatura de Caruso se tivesse uma conduta mais disciplinada, mas o cantor parece não se ter arrependido. "Sim, fumava imenso. E é verdade que costumava jogar, ficar a pé até muito tarde e, por vezes, conduzir toda a noite", confessou à Opera News em 1999. "Queria aproveitar a vida, não apenas a ópera!".

Giuseppe Di Stefano faleceu em Santa Maria Hoè no dia 3 de Março de 2008. Nunca recuperou completamente das agressões que sofrera em Dezembro de 2004, durante um assalto à sua casa em Diani, no Quénia. 
  

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