Dirigido por Leonel Vieira, "O Pátio das Cantigas" é o filme português mais visto em sala de cinema, desde que há registos estatísticos, segundo dados do Instituto do Cinema e Audiovisual.
No entanto, esta tão inusitadamente publicitada "actualização" de "O Pátio das Cantigas", é uma confrangedora versão pimba do original de 1942 realizado por Francisco Ribeiro (Ribeirinho) e escrito por este, por seu irmão António Lopes Ribeiro e por Vasco Santana. Como explicar o sucesso de audiências desta aberração agora exibida?
Porque, como muito bem escreveu o crítico Eurico de Barros na sua crónica publicada no jornal online "Observador", «"O Pátio das Cantigas" versão 2015 é um calhau de comédia, pesado de graçolas chineleiras, de bocas "tás-a-ver-ó-meu?", de humor de tasca, de situações apalhaçadas, de palha de riso, de glosas menores do filme original, sem uma ideia cómica, um rasgo visual, um "gag" que fique de recordação, uma piada que perdure nos ouvidos e seja citável para a posteridade. Interpretado por uma mistura de bons e respeitáveis actores metidos em bonecos toscos (Miguel Guilherme a fazer uma imitação de uma caricatura de António Silva, Anabela Moreira na irmã pãozinho-sem-sal da estridente Amália, Manuel Cavaco sem nada para fazer), de carinhas larocas das telenovelas, de engraçados televisivos e de contadores de anedotas profissionais, o filme tem ar de televisão maquilhada para se assemelhar a cinema. E ainda acaba por se desfazer num final mal atamancado, em que tudo é resolvido a trouxe-mouxe, e rematado com um número de musical de Bollywood, não se percebendo se é por ser moda, se é para fazer profissão de fé multicultural, ou se foi mesmo "dessincronização"».
Atenção: este "remake" de "O Pátio das Cantigas", terá sido o primeiro de uma trilogia de títulos maiores da comédia portuguesa que incluirão ainda "O Leão da Estrela" e "A Canção de Lisboa", todos da responsabilidade do mesmo sr. Leonel Vieira...
Cuidado!
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