António Jacinto do Amaral Martins, poeta e político angolano, nasceu em Luanda, filho de pais portugueses, a 28 de Setembro de 1924, mas gostava que dissessem que nascera no Golungo Alto (Quanza Norte). Usou também o pseudónimo de Orlando Távora, para assinar alguns contos.
António Jacinto iniciou os seus estudos no Golungo Alto e concluiu-os em Luanda, no Liceu de Salvador Correia. Trabalhou durante alguns anos como escriturário e técnico de contabilidade, desenvolvendo nessa altura actividades literárias e nacionalistas.
Destacou-se como poeta e contista da geração "Mensagem" e como membro do "Movimento de Novos Intelectuais de Angola", tendo colaborado com produções suas em diversas publicações nomeadamente "Notícias do Bloqueio", "Itinerário", "O Brado Africano".
António Jacinto foi um dos fundadores do Partido Comunista Angolano que funcionou na clandestinidade. Redactor dos estatutos do "Partido da Luta Unida dos Africanos de Angola" (PLUAA), foi preso em 1959, aquando do denominado "Processo dos Cinquenta". Preso novamente em 1961, foi condenado, após o julgamento de 1963, a 14 anos de cadeia, sendo deportado para o Tarrafal (Cabo Verde). Foi libertado em 1972, resultado de uma campanha internacional, sendo-lhe imposto o regime de liberdade condicional e fixada residência em Lisboa, onde trabalhou na empresa transitária ARNAUD até 1973, data em que fugiu para Argel (Argélia) aderindo à guerrilha do MPLA ("Movimento Popular para a Libertação de Angola").
António Jacinto foi director do CIR ("Centro de Instrução Revolucionária") Kalunga na 2ª Região Político-Militar e do CIR Binheco, no Maiombe. Integrou a primeira delegação oficial do MPLA que chegou a Luanda em 8 de Novembro de 1974. Após a independência de Angola foi co-fundador da "União de Escritores Angolanos" e participou activamente na vida política e cultural angolana, ocupando cargos de responsabilidade no país, como o de Ministro da Educação e Cultura de 1975 a 1978.
António Jacinto publicou várias obras: "Poemas" (1961), "Vovô Bartolomeu "(1979), "Poemas" (1982, edição aumentada), "Em Kilunje do Golungo" (1984), "Sobreviver em Tarrafal de Santiago" (1985; 2.ª ed. 1999), "Prometeu" (1987), "Fábulas de Sanji" (1988). Ganhou vários prémios, nomeadamente o "Prémio Noma", "Prémio Lotus" da "Associação dos Escritores Afro-Asiáticos" e "Prémio Nacional de Literatura". Em 1993, o Instituto Nacional do Livro e do Disco (INALD) instituiu, em sua homenagem, o "Prémio António Jacinto de Literatura".
António Jacinto faleceu em Lisboa, Portugal, a 23 de Junho de 1991, com 66 de idade.
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