domingo, 9 de agosto de 2015

A Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Amparo, em Benfica, Lisboa

Antes da existência da actual Igreja de Benfica, ou de Nossa Senhora do Amparo, inaugurada em 1809, existiam duas outras igrejas, situadas sensivelmente no mesmo sítio, constituindo o lugar de culto da Paróquia de Benfica.

As obras para a construção da nova Igreja de Benfica iniciaram- se em Agosto de 1750, com projecto de mestre João Frederico Ludovice, de origem alemã, fixado em Portugal a partir de 1701, arquitecto do Convento de Mafra. Foi este artista que introduziu em Portugal o barroco italianizado. Será o arquitecto João Pedro Ludovice, segundo arquitecto do Palácio Convento de Mafra, filho do já referido João Frederico Ludovice, que irá dar continuidade ás obras da igreja até 1760, ano em que faleceu.

Os donativos para a realização da Igreja actual foram reais e populares.

As obras ficaram paradas desde finais de 1754, quando o Terramoto de 1755 veio pôr à prova a solidez da construção. Dos estragos então causados, informava o Pároco, em comunicação oficial de 12 de Abril de 1758, que "a maior ruína foi na igreja nova que se andava fazendo, e até agora se lhe não boliu".

Só em 28 de Março de 1780 as obras recomeçaram, agora sob a direcção de mestre João Gomes. A construção do novo templo tornar-se-ia uma história muito acidentada, em parte certamente porque o projecto era dispendioso demais para uma população rural de umas 4000 pessoas. Só em Setembro de 18090 se faria o arranque final das obras, com os trabalhos concentrados na capela-mor.

Considerada pronta nos princípios de Dezembro de 1809, a nova Igreja foi finalmente sagrada com os ritos previstos nos livros litúrgicos. Estes começaram em 10 de Dezembro daquele ano, sob a presidência de D. Frei Joaquim de Menezes e Ataíde, bispo de Meliapor, com licença do Patriarca-Eleito de Lisboa, D. António de S. José e Castro, até então bispo do Porto.

Mas, com a sagração da nova Igreja, não cessaram de todo as obras. Entre 1811 e 1813, procedeu-se ao arranjo do guarda-vento. Em 1840 ergueu-se a torre do lado nascente, ficando a do lado poente por construir. Nela se montou um relógio em 1923. Depois, em 1846, foi demolida a Igreja antiga, para ampliação do cemitério do adro; em 1880 foram removidas as ossadas do cemitério para o novo cemitério de Benfica, então dito dos Arneiros; em 1955 procedeu-se à restauração das telas, quase todas assinadas por Pedro Alexandrino; em 1958 a sacristia do lado nascente foi transformada em Capela Mortuária; em 1961 foi feita a entronização da actual imagem da Padroeira, Nossa Senhora do Amparo, vinda de Madrid, e foi reparado o órgão da Igreja, dos finais do século XIX, com o aproveitamento de um "bufete" bastante mais antigo (século XVIII ou antes); em 1963 foi restaurada a sacristia do clero (lado poente) que se adornou com um rodapé de azulejos do século XVIII, provenientes do palácio da Quinta da Buraca; em 1972 efectuou-se nova pavimentação na Igreja, com mármore e lioz de Pero Pinheiro, em conformidade com os tons dominantes no colorido dos mármores utilizados no interior.

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