Ainda a propósito da audição de Zeinal Bava no Parlamento:
.../...«Este homem, que esteve durante alguns anos à frente dos destinos da PT, deve estar hoje com vergonha daquele que esta quinta-feira deu um triste espectáculo perante a Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BES/GES.
.../...«Este homem, que esteve durante alguns anos à frente dos destinos da PT, deve estar hoje com vergonha daquele que esta quinta-feira deu um triste espectáculo perante a Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso BES/GES.
Sem memória, incapaz de recordar números, sem conhecimento do que se
passava na empresa que dirigia. Sem um dossier minimamente preparado que
lhe avivasse factos e o ajudasse a sustentar as suas teses. Os papéis
ficaram, aliás, esquecidos em casa porque a última coisa que lhe
convinha era entrar nos factos comprovados ou comprováveis. O
Zeinal-Bava-CEO-da-PT não contrataria nem para estagiário este
Zeinal-Bava-interrogado-na-CPI.
O ex-líder da PT foi responder aos deputados para se tentar safar
talvez da única forma possível: fazer um papel de tonto que ele não é
nem nunca foi, esperando que todos os que o ouviram sejam tontos o
suficiente para acreditarem na sua narrativa. Foi lá dizer que o gestor
vencedor de prémios dos últimos anos era, afinal, uma construção de
papel, uma ilusão que nunca teve existência real. Foi lá tentar
convencer os deputados e o país que era, afinal, um incompetente a quem
tinham escapado 900 milhões de euros. Ou, pelo menos, um amador, como
certeiramente disse a deputada Mariana Mortágua.
Qual seria a alternativa a este triste papel? Dizer que sim, que
sabia. Que tinha participado nas decisões de investimento da PT no grupo
GES, ou que, pelo menos, as conhecia e tinha aprovado ou permitido.
Assumir que numa empresa não há aplicações de tesouraria de 900 milhões
num único produto sem que haja previamente 37 validações internas antes
de o assunto subir ao vértice dos decisores para receber o ok final.».../...
(Excertos do artigo de opinião do jornalista Paulo Ferreira, intitulado "O estranho caso do super gestor que perdeu a memória", publicado no jornal online "Observador", no dia 27.02.2015)
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