«Na edição do seu 90.o aniversário, a revista “The New Yorker” publicou um pequeno artigo sobre duas crianças, uma de seis e outra de dez anos, que foram vistas a andar sozinhas no estado do Maryland. Várias pessoas ficaram alarmadas e chamaram a polícia. Esta levou-as para casa, onde repreenderam o pai, Alexander Meitiv, físico no National Institutes of Health, com sede naquele Estado.
Os pais das crianças, que fazem parte de um movimento chamado Free Range Kids (FRK), sabiam que os filhos vinham nesse dia a pé para casa, seguindo um percurso anteriormente feito com eles. O FRK considera que os pais actuais estão sujeitos a uma cultura do medo histérica que vê um raptor em cada esquina. Assim, as crianças devem aprender a ser responsáveis, independentes e a crescer em liberdade. Apesar disso, a agência governamental Child Protective Services (CPS) considerou os pais responsáveis de negligência infundada. É preciso um certo esforço para perceber o que significa, porque o objectivo é precisamente ser indecifrável.
Com seis anos eu comecei por comprar o pão e fazer pequenas compras no supermercado perto de casa. Levava dinheiro, pagava e trazia o troco. Graças aos meus pais, que não quiseram ter a preguiça de me proteger em demasia, fui educado a ser responsável, conhecendo os riscos. A paranóia de agora, fomentada por entidades públicas, que impede os pais de educarem os seu filhos como desejam, evidencia o risco em que se encontra a liberdade fundamental de ser pai e que não se corrige num dia.»
(Artigo de André Abrantes Amaral, advogado, intitulado "Dia do Pai", publicado hoje no "Jornali")
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