quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Novo tratamento para os angiomas infantis

Os angiomas, alterações que ocorrem em três e dez por cento dos recém-nascidos, são originados por um acumulação anormal de vasos sanguíneos. A sua cor pode variar entre o vermelho pálido e o vermelho escuro e apresentam uma textura elástica. Apesar de inofensivos, podem ser extensos e causar incómodo físico e mal-estar psicológico.

Também designados vulgarmente "sinais morango", os angiomas vão-se atenuando progressivamente ao longo do tempo e na maioria dos casos já não são perceptíveis por volta dos dez anos de idade. Contudo, se estiverem localizados em zonas sensíveis do corpo, como os olhos, o nariz, a boca ou ouvidos, podem afectar o normal desenvolvimento anatómico e funcional destes órgãos.

Pesquisas que têm vindo a ser conduzidas ao longo dos últimos seis anos abriram caminho a um novo tratamento que pode acelerar o desaparecimento destes angiomas. Um grupo de investigadores franceses descobriu que o propranolol um beta-bloqueador usado desde há muito no tratamento da hipertensão e da angina de peito, é também eficaz em impedir os vasos que constituem o angioma de receberem sangue, o que leva à morte das células anormais e ao seu desaparecimento.

A Dra. Christine Léauté-Labrèze, dermatologista pediátrica da Universidade de Bordéus liderou um estudo (A Randomized, Controlled Trial of Oral Propranolol in Infantile Hemangioma), publicado este mês na revista New England Journal of Medicine, que incidiu numa população de 460 crianças, entre um e cinco meses de idade, que apresentavam angiomas, que foram divididas em dois grupos. A um dos grupos foi ministrado propranolol durante seis meses e ao outro grupo um placebo durante o mesmo período de tempo. Os resultados mostraram que 60 por cento dos bebés que tomaram o medicamento viram o seu angioma desaparecer ou quase desaparecer, enquanto que apenas quatro por cento do grupo de controlo teve resultado idêntico. A dose diária mais eficaz foi de três miligramas por quilo de peso corporal, sendo que uma em cada dez crianças necessita de uma segunda dose de tratamento para alcançar o mesmo resultado.

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