«Hoje em dia, ser político, argumentista, físico de partículas ou stripper é, antes de mais, fazer networking.
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De acordo com a Wikipédia – que a preguiça colectiva depressa transformou em Deus, nosso senhor –, networking é
“uma rede de contactos; quanto maior for essa rede, maior será a
possibilidade de se conseguir uma boa colocação profissional ou realizar
bons negócios”.
Fui consultar o meu dicionário de cabeceira, e nele lê-se que “networking” é “mais o género de mão no pêlo, falinhas mansas, almoçaradas e conversas conspirativas que possam assegurar um futuro confortável aos seus praticantes”.
O networking é a cunha do século XXI. A mediana criatividade, ou um labor meridiano, são secundários. E esqueçam o multitasking. Mais importante é o cafezinho, o telefonema de circunstância, a jura de lealdade, a prenda de casamento, o ginásio, a conferência, o cativo no estádio, o clube de golfe, a loja maçónica, o lugar na missa, o instinto de lóbi, a militância partidária, a sublime hipocrisia.»
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Fui consultar o meu dicionário de cabeceira, e nele lê-se que “networking” é “mais o género de mão no pêlo, falinhas mansas, almoçaradas e conversas conspirativas que possam assegurar um futuro confortável aos seus praticantes”.
O networking é a cunha do século XXI. A mediana criatividade, ou um labor meridiano, são secundários. E esqueçam o multitasking. Mais importante é o cafezinho, o telefonema de circunstância, a jura de lealdade, a prenda de casamento, o ginásio, a conferência, o cativo no estádio, o clube de golfe, a loja maçónica, o lugar na missa, o instinto de lóbi, a militância partidária, a sublime hipocrisia.»
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(Excertos do artigo de opinião do jornalista e argumentista Pedro Marta Santos, publicado na rubrica "O moralista" da revista "Sábado" n.º 532, de 2014.07.12)
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