Um estudo (The Systolic Blood Pressure Difference Between Arms and Cardiovascular Disease in the Framingham Heart Study) publicado no The American Journal of Medicine defende que a pressão arterial deve ser medida nos dois braços, uma vez que a
diferença entre a pressão sistólica dos dois braços está associada com
um aumento significativo de risco de eventos cardiovasculares futuros.
A
maioria das medições da pressão arterial é apenas realizada
num dos braços. Apesar de a comunidade científica suspeitar que havia
uma associação entre a pressão arterial medida nos dois braços e o risco
cardiovascular, até à data não existiam dados suficientemente concretos
para apoiar esta hipótese.
Neste estudo, os investigadores do
Massachusetts General Hospital, nos E.U.A., contaram com a participação de
3.390 indivíduos com 40 ou mais anos de idade. No início do estudo a nenhum dos participantes tinha sido diagnosticada doença cardiovascular. Os
investigadores verificaram que a média absoluta das diferenças entre a
pressão arterial dos dois braços era de 4,6mmHg.
Ao longo do
período de acompanhamento, que teve uma duração média de 13 anos, foi
verificado que 598 dos participantes sofreram o seu primeiro evento
cardiovascular, 83 dos quais apresentavam uma diferença na pressão
arterial sistólica nos dois braços menor que 10 mmHg.
"Verificámos
que um aumento da diferença entre a pressão sistólica dos dois braços
estava associada a um aumento da incidência de eventos cardiovasculares,
sendo esta associação independente dos factores de risco
cardiovasculares tradicionais", revelou, em comunicado de imprensa, o
primeiro autor do estudo, Ido Weinberg.
O estudo apurou ainda que
os indivíduos que apresentam diferenças na pressão arterial dos dois
braços tendiam a ser mais velhos, tinham uma maior prevalência de
diabetes mellitus, uma maior pressão arterial sistólica e um nível mais
elevado de colesterol total.
Com bases nestes achados, os
investigadores aconselham os médicos a realizarem a avaliação da pressão
arterial nos dois braços de forma a obterem resultados mais precisos. "Mesmos que as diferenças não sejam grandes, estas podem reflectir
um aumento do risco cardiovascular", conclui Ido Weinberg.
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