domingo, 1 de setembro de 2013

"Elysium", bons efeitos especiais desperdiçados num argumento infeliz

Reza a sinopse do filme que, no ano de 2159, o mundo se encontra dividido em dois grupos, um deles riquíssimo, que habita a estação espacial Elysium, enquanto o outro grupo, o pobre e desprotegido, vive no planeta Terra, que se encontra sobrepovoado e em decadência galopante. A secretária do governo Delacourt (uma Jodie Foster com "cara de pau") faz tudo e a qualquer custo, para preservar o estilo de vida magnificente no Elysium. Na Terra (Matt Damon igual a si próprio), um pobre cidadão, com um passado atribulado que, sem nada a perder, se envolve num plano arriscado para trazer de volta a igualdade entre as pessoas.

Filme de ficção científica, "Elysium" tem argumento e direcção de  Neill Blomkamp, que anteriormente co-escreveu e dirigiu "Distrito 9" (2009). No entanto, o argumento de "Elysium" é fraquíssimo, por  incongruência e inconsistências várias. Que modelo de governo vigorava? Num mundo tão desenvolvido e tão minuciosamente vigiado e controlado, como é admissível a existência de tanta ilegalidade, prepotência e violência? Como acreditar que um operário experiente não saiba o que fazer para impedir que uma porta automática o encerre num compartimento que é regularmente sujeito a radiação? Como admitir, num cenário de tão sofisticada tecnologia de telecomunicações e de informática, que haja operações de transferência de dados só possíveis de consumar através de ligações físicas com fios? E que dizer do despropósito de constantes cenas de brutalidade, várias delas repletas de crueldade e de sadismo gratuitos? Tudo isto em nome da luta pelo bem dos mais simples, dos fracos e desprotegidos, que apenas ambicionam viver em paz consigo e com os outros...

Belas imagens da estação espacial Elysium, bons efeitos cinematográficos especiais, tudo isto desperdiçado num argumento infeliz e incompetente.

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