Contrariamente aos seus colegas que pertenciam ao círculo dos impressionistas, Gustave Caillebotte utilizava uma técnica pictórica muito pessoal, que quase ressaltava a sensação de realidade, praticamente fotográfica, transmitida por todos os seus quadros.
Desta maneira, o ponto de vista adoptado para representar a sala de jantar da família Caillebotte, transmite com um certo vigor a sensação de que o pintor, ou seja, o observador, também está sentado à mesa observando a sala, à frente do prato cujo bordo emerge na parte inferior do quadro. O irmão do artista já começou a comer, enquanto a mãe de Caillebotte, já viúva, está a ser servida.
Le déjeuner, Gustave Caillebotte, 1876, colecção particular
Diferentes copos e recipientes de vidro captam e reflectem a luz sobre a mesa de madeira escura situada no salão sombrio. Este espaço acolhedor e luxuoso surge dominado por um ambiente tenso e silencioso.
Esta sensação acentua-se consideravelmente devido à distorcida perspectiva que se aplicou à mesa: o aumento artificial da distância física entre as pessoas sentadas à mesa sublinha a distância interior entre elas e cria um contraste apelativo com o resto do espaço, que é representado de forma proporcional e harmoniosa.
(in "Impressionismo", Art Pocket, Martina Padberg, h.f.ullmann, Tandem Verlag GmbH, 2008)
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