O direito à palavra
«Numa conferência em
Lisboa, ontem, o secretário de Estado Sérgio Monteiro foi impedido de
falar ("Governo, rua!") por trabalhadores da Carris. Um dos gritadores, o
sindicalista Manuel Leal, disse à TSF que o método de luta não era
excessivo. Na conferência do Jornal de Notícias, no Porto, também ontem,
o ministro Poiares Maduro foi interrompido ("Demissão!") por um grupo
de manifestantes. Monteiro e Maduro foram sujeitos à tentativa (no caso
de Lisboa, conseguida) de se lhes negar o direito à palavra. Os
manifestantes atacaram uma liberdade fundamental daqueles cidadãos com a
desculpa de eles pertencem ao atual Governo. Ora este saiu das eleições
de junho de 2011, realizadas por o primeiro-ministro de então não ter
maioria para governar e por se ter instalado um clima social e político
em que, não poucas vezes, os seus ministros eram impedidos de falar. Mas
essas eleições foram constitucionalmente convocadas e os portugueses
votaram livremente. Logo, é excessivo, sim, ter tentado fazer calar
ministros de um Governo legítimo. Pode parecer contraditório os
manifestantes negarem essa legitimidade quando eles próprios, ou seus
apaniguados, ajudaram a levar - com os métodos que continuam a praticar -
estes governantes ao poder. Gente com pala poderá ter gostado destes
métodos há dois anos e não gostar agora. E outra gente com pala,
vice-versa. Mas gente avisada deve saber que os métodos fascistas são o
que são, sempre.»
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