Pianista e compositor português, José Vianna da Motta nasceu no dia 22 de Abril de 1868 em São Tomé.
Deu o seu primeiro concerto público em 1881, no Salão da Trindade, em Lisboa. Concluído o curso no Conservatório Nacional de Lisboa, estudos patrocinados pelo rei D. Fernando II e pela Condessa de Edla, Vianna da Motta partiu para Berlim em 1882 e ali frequentou o Conservatório Scharwenka durante três anos. Em 1885 teve lições de Liszt. Reconhecendo o talento daquele jovem
que aceitara como discípulo, o venerando Mestre oferece-lhe uma fotografia com esta
profética dedicatória: "A José Vianna da Motta, saudando os seus
futuros sucessos. Fr. Liszt". Porém, as lições são interrompidas no ano
seguinte devido à morte inesperada do imortal pianista e compositor.
Em 1887 Vianna da Motta seguiu os cursos de Hans von Büllow. Até 1914 o centro da sua actividade de concertista localizou-se em Berlim, que abandonou devido ao deflagrar da Primeira Grande Guerra Mundial. Nesse mesmo ano tornou-se professor de piano no Conservatório de Genebra.
Em 1917 Vianna da Motta fixou-se em Lisboa e assumiu pouco depois a direcção do Conservatório Nacional, onde exerceu profícua actividade pedagógica até 1938.
Como pianista Vianna da Motta foi um dos mais notáveis do seu tempo, sendo considerado intérprete excepcional de Bach e de Beethoven.
Compositor de peças para piano, José Vianna da Motta deu assinalável impulso no campo da música instrumental à escola nacionalista de inspiração folclórica. Compôs música sinfónica e coral-sinfónica, como a "Sinfonia à Pátria" e a "Invocação dos Lusíadas", música de câmara, de piano e vocal sobre poemas de Camões, Garrett, Junqueiro e João de Deus.
Musicógrafo erudito, Vianna da Motta publicou, entre outros estudos, "Vida de Liszt" (1945) e "Música e Músicos Alemães" (1947) em dois volumes.
Faleceu em Lisboa a 1 de Junho de 1948, com 80 anos de idade.
(Adaptado de Lexicoteca, Moderna Enciclopédia
Universal, Círculo de Leitores, 1986)
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