Realizado por Steven Spielberg e com Daniel Day-Lewis como
protagonista, este "Lincoln" é uma adaptação cinematográfica da obra "Team of
Rivals: The Political Genius of Abraham Lincoln" escrita por
Doris Kearns Goodwin e publicada em 2005. Contudo, em vez de retratar toda a vida de Abraham
Lincoln, o 16.º presidente dos Estados Unidos da América do Norte, o filme centra-se apenas nos últimos quatro meses da sua vida, ocupando-se da guerra civil que então decorria e, sobretudo, dos seus esforços para a aprovação, pela Câmara dos
Representantes, da 13.ª Emenda à Constituição americana, que resultaria
numa das mais importantes transformações sociais dos E.U.A., a abolição da
escravatura.
Trata-se, sem dúvida, de um filme de qualidade. Porém, para além da excelente interpretação do protagonista e das interpretações irrepreensíveis de alguns dos actores secundários, como a de Sally Field, de Tommy Lee Jones e de David Strathairn, a acção peca por tropeçar em longas cenas de discursos, monólogos ou diálogos pouco ou nada interessantes para a generalidade dos espectadores, ou melhor, para aqueles que não tenham nacionalidade americana... Não admira, portanto, que durante os seus excessivos 150 minutos de duração, surjam os bocejos, a sonolência ou o desassossego dos espectadores menos pacientes.
Outra faceta deste filme é a visão realista, nua e crua, do que significa viver em democracia. A demonstração de que este sistema político, considerado ainda hoje o melhor dos sistemas, é um jogo de interesses onde tudo é admitido, a começar pela corrupção.
Em suma, um filme de valor, mas não superior a alguns dos outros que também têm sido considerados os melhores filmes de 2012. No entanto, tem, por exemplo, o maior número de nomeações para os Oscares deste ano. Como estes prémios são prémios americanos e como os votantes são americanos, pode ser que "Lincoln" venha a ganhar alguns deles...
Outra faceta deste filme é a visão realista, nua e crua, do que significa viver em democracia. A demonstração de que este sistema político, considerado ainda hoje o melhor dos sistemas, é um jogo de interesses onde tudo é admitido, a começar pela corrupção.
Em suma, um filme de valor, mas não superior a alguns dos outros que também têm sido considerados os melhores filmes de 2012. No entanto, tem, por exemplo, o maior número de nomeações para os Oscares deste ano. Como estes prémios são prémios americanos e como os votantes são americanos, pode ser que "Lincoln" venha a ganhar alguns deles...
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