Nature Morte aux Tulipes, quadro de Pablo Picasso, datado de 1932, foi leiloado na noite de quinta-feira, em Nova Iorque, por 32,5 milhões de euros. A pintura retrata uma amante de
Picasso, Marie-Thérèse Walter e é uma síntese entre pintura e escultura (a cabeça da modelo
aparece representada como um busto esculpido), as duas principais formas
de arte que Picasso utilizou para representar Marie-Thérèse.
Marie-Thérèse Walter terá entrado na vida do pintor numa tarde de Janeiro
de 1927, quando passeava perto das Galeries Lafayette, em Paris. Apenas com 17 anos e muito simples, não fazia a menor
ideia de quem era o artista, nem que ele iria transformar sua
vida. Era atraente, loira, com lindos olhos azuis. No dia em que
completou 18 anos, Picasso, com 46, levou-a para cama. Tornou-se sua
eterna amante, a menina-mulher que realizou todos os seus desejos
eróticos e fantasias sexuais. Consta que ela era submissa e
dependente, satisfazia-o sem complicações, experimentando desde o sadismo ao
masoquismo. Nunca moraram juntos, mas mantiveram uma relação pelo menos
até 1943. Picasso costumava visitá-la todas as semanas, com o consentimento da mulher
que estivesse ao seu lado legalmente. Escreveu-lhe cartas de amor
diariamente, por longos períodos. Em 1935, tiveram uma filha, Maria de
la Concepcion, apelidada de Maya e nunca reconhecida por Picasso.
A amante clandestina teve forte presença nas obras de Picasso, que
exaltou as linhas e as formas sensuais de seu corpo em obras de grande
erotismo. Terá inspirado também duas figuras femininas de Guernica, o célebre
painel que denuncia as atrocidades da guerra civil espanhola.
Marie-Thérèse Walter enforcou-se em 20 de Outubro de 1977, quatro anos depois de Picasso
morrer.
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