Com base em cinco ensaios clínicos, um grupo de
especialistas concluiu que a análise sanguínea que mede o antigénio
específico da próstata (PSA), exame que tem sido recomendado para todos os homens com mais
de 50 anos, para detectar cancro daquele órgão, pode gerar mais danos que
benefícios.
O estudo, publicado pela revista Annals of
Internal Medicine, considera dois tipos de efeitos negativos, o
sobrediagnóstico e o sobretratamento.
O grupo de trabalho calcula que 12-13% dos homens que
efectuam a análise têm resultados falsos positivos, e muitos
outros são encaminhados para biopsia sem que se venham a detectar
tumores.
Relativamente às formas de tratamento, o mesmo estudo considera que
nem sempre o recurso à prostatectomia, radioterapia ou terapêutica de supressão androgénica se justifica ou
se traduz em menor taxa de mortalidade. Os cancros da próstata podem
estar anos sem progredir ou dar problemas, enquanto que tais terapias, em contrapartida, originam frequentemente casos de disfunção eréctil, disfunção intestinal e
incontinência urinária.
Em consequência, a U.S. Preventive Services Task Force alterou a sua recomendação, datada de 2008, que preconizava o rastreio médico através da determinação do PSA, admitindo agora que tal procedimento deva ser disponibilizado apenas para os pacientes que o peçam.
A decisão está, no entanto, a ser muito criticada, sobretudo por parte dos médicos urologistas, que continuam a considerar que a avaliação do PSA a forma mais eficaz de detectar o cancro da
próstata na sua fase inicial e ainda curável.
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