domingo, 16 de outubro de 2011

"Contágio"

O filme "Contagion", de Steven Soderbergh, acompanha a disseminação de um vírus desconhecido, que mata em poucos dias. 


De regresso de uma viagem de negócios a Hong Kong, Beth Emhoff (Gwyneth Paltrow) morre subitamente do que parece ser uma gripe comum, deixando Mitch, (Matt Damon), seu marido, completamente arrasado. Poucos dias depois, outros casos com os mesmos sintomas chegam aos hospitais, incluindo o filho mais jovem de Mitch, que também acaba por morrer. É o início de uma pandemia fatal.


À medida que esta progride e se espalha a grande velocidade, médicos, epidemiologistas, virulogistas  e outros cientistas dos principais centros de estudo e controlo de infecções  lutam contra o tempo, em diversas frentes, sem descanso e por vezes com risco da própria vida, para identificar o agente e as suas vias de transmissão, para conter a progressão do vírus e obter rapidamente um tratamento e uma vacina  eficazes. Entretanto, o medo da doença e da morte instaurado entre as populações afectadas, vão originando reacções de egoísmo e desespero que se traduzem em actos de agressão, de assalto e de pilhagem, evidenciando aspectos menos lisonjeiros da humanidade. 

As cenas finais do filme fizeram-me entender melhor a mensagem do amigo e colega regressado há poucos dias da China e que, embora impressionado com o progresso que observou (Pequim com o seu parque automóvel moderníssimo, arranha-céus por todo o lado, grandes artérias ladeadas por extensos passeios floridos, centros comerciais onde estão presentes todas as marcas da moda internacional), se queixava de ter voltado doente, com um vírus neuro-enterotrópico e problemas intestinais. Contava-me que na China, não obstante o grande avanço económico e social registado nos últimos anos, não há água potável, que os alimentos são preparados com água não-potável que os chineses submetem os vegetais a breves fervuras, sendo consumidos praticamente crus e que as saladas são "lavadas" com água não tratada!

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