segunda-feira, 27 de junho de 2011

Guilhermina Suggia

Guilhermina Suggia (de seu nome completo Guilhermina Augusta Xavier de Medin Suggia), violoncelista portuguesa, ainda hoje considerada uma das maiores violoncelistas de sempre, nasceu na cidade do Porto a 27 de Junho de 1885. O pai, Augusto Jorge de Medin Suggia (de ascendência italiana e espanhola) foi violoncelista no Real Teatro de São Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa. Guilhermina terá começado a estudar música aos 5 anos de idade tendo seu pai como primeiro professor. A sua primeira aparição pública verificou-se quando tinha 7 anos de idade, em Matosinhos.

Com apenas 13 anos, Guilhermina era violoncelista principal da Orquestra da Cidade do Porto. Em 1898, o pai conseguiu que ela tivesse aulas com o violoncelista catalão Pablo Casals, que nesse Verão actuava no casino de Espinho. Em 1901 Guilhermina foi estudar para o mais conceituado conservatório da Europa (Leipzig), com uma bolsa concedida pela Rainha D. Amélia.

Em Março de 1903 regressou à sua terra natal, conquistando o público portuense num concerto em que actuou acompanhada ao piano por sua irmã Virgínia. A vida de Guilhermina modificou-se completamente e a partir dessa altura, sendo acolhida nas mais prestigiadas salas de concerto, na Suíça e em Haia, Bremen, Amesterdão, Paris, Mainz, Bayreuth, Praga, Viena, Berlim, bem como na Rússia e na Roménia onde o sucesso foi tão grande que o público lhe chamava “Paganina”.

Em 1906, em Paris  Suggia  encontra-se novamente com Pablo Casals, para quem toca. Nesse mesmo ano começa a partilhar com ele a mesma casa, a Villa Molitor, tornando-se famosos os convívios do casal com pintores, músicos, filósofos e escritores. O romance com Casals, também músico de grande prestígio, encheu as páginas dos jornais. O compositor húngaro Emánuel Moór dedicou-lhes o "Concerto para dois violoncelos". No entanto o casal separa-se de forma abrupta em 1913, possivelmente por motivos passionais. Guilhermina muda-se para Londres no ano seguinte.

Em Londres, Suggia tocou com a Royal Philharmonic Society, a State Simphony Orchestra, a BBC Symphony Orchestra e a London Symphony Orchestra. Os seus recitais no Royal Albert Hall ou no Wigmore Hall motivaram as melhores críticas da imprensa da época.

Casa em 1927 com o médico José Casimiro Carteado Mena e nos anos 30 regressa de vez à sua terra natal onde reforça os laços musicais com compositores e intérpretes portugueses, tocando no Porto, em Lisboa, Aveiro, Viana do Castelo, Braga e Viseu.

No final dos anos 40 promove, com Maria Adelaide de Freitas Gonçalves, directora do Conservatório de Música do Porto, a criação da Orquestra Sinfónica do Conservatório, integrando alunos finalistas dessa escola, tendo Guilhermina sido solista no concerto de apresentação da Orquestra, a 21 de Junho de 1948, no Teatro Rivoli.

Em Junho de 1950, sujeita a uma cirurgia numa clínica em Londres, é-lhe detectado um cancro inoperável. Regressa ao Porto onde vem a falecer em sua casa na noite de 30 de Julho de 1950.

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