Guilhermina Suggia (de seu nome completo Guilhermina Augusta Xavier de Medin Suggia), violoncelista portuguesa, ainda hoje considerada uma das maiores violoncelistas de sempre, nasceu na cidade do Porto a 27 de Junho de 1885. O pai, Augusto Jorge de Medin Suggia (de ascendência italiana e espanhola) foi violoncelista no Real Teatro de São Carlos e professor no Conservatório de Música de Lisboa. Guilhermina terá começado a estudar música aos 5 anos de idade tendo seu pai como primeiro professor. A sua primeira aparição pública verificou-se quando tinha 7 anos de idade, em Matosinhos.
Com apenas 13 anos, Guilhermina era violoncelista principal da Orquestra da Cidade do Porto. Em 1898, o pai conseguiu que ela tivesse aulas com o violoncelista catalão Pablo Casals, que nesse Verão actuava no casino de Espinho. Em 1901 Guilhermina foi estudar para o mais conceituado conservatório da Europa (Leipzig), com uma bolsa concedida pela Rainha D. Amélia.
Em Março de 1903 regressou à sua terra natal, conquistando o público portuense num concerto em que actuou acompanhada ao piano por sua irmã Virgínia. A vida de Guilhermina modificou-se completamente e a partir dessa altura, sendo acolhida nas mais prestigiadas salas de concerto, na Suíça e em Haia, Bremen, Amesterdão, Paris, Mainz, Bayreuth, Praga, Viena, Berlim, bem como na Rússia e na Roménia onde o sucesso foi tão grande que o público lhe chamava “Paganina”.
Em 1906, em Paris Suggia encontra-se novamente com Pablo Casals, para quem toca. Nesse mesmo ano começa a partilhar com ele a mesma casa, a Villa Molitor, tornando-se famosos os convívios do casal com pintores, músicos, filósofos e escritores. O romance com Casals, também músico de grande prestígio, encheu as páginas dos jornais. O compositor húngaro Emánuel Moór dedicou-lhes o "Concerto para dois violoncelos". No entanto o casal separa-se de forma abrupta em 1913, possivelmente por motivos passionais. Guilhermina muda-se para Londres no ano seguinte.
Em Londres, Suggia tocou com a Royal Philharmonic Society, a State Simphony Orchestra, a BBC Symphony Orchestra e a London Symphony Orchestra. Os seus recitais no Royal Albert Hall ou no Wigmore Hall motivaram as melhores críticas da imprensa da época.
Casa em 1927 com o médico José Casimiro Carteado Mena e nos anos 30 regressa de vez à sua terra natal onde reforça os laços musicais com compositores e intérpretes portugueses, tocando no Porto, em Lisboa, Aveiro, Viana do Castelo, Braga e Viseu.
No final dos anos 40 promove, com Maria Adelaide de Freitas Gonçalves, directora do Conservatório de Música do Porto, a criação da Orquestra Sinfónica do Conservatório, integrando alunos finalistas dessa escola, tendo Guilhermina sido solista no concerto de apresentação da Orquestra, a 21 de Junho de 1948, no Teatro Rivoli.
Em Junho de 1950, sujeita a uma cirurgia numa clínica em Londres, é-lhe detectado um cancro inoperável. Regressa ao Porto onde vem a falecer em sua casa na noite de 30 de Julho de 1950.
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