A Organização Mundial da Saúde (OMS) apresentou um aparelho de diagnóstico da tuberculose que dá resultados precisos em 1 hora e 40 minutos. Até agora, com os exames clássicos, era geralmente necessário aguardar três meses antes de se obterem resultados conclusivos. O aparelho, que é automático e pode ser utilizado fora dos laboratórios convencionais, examina as moléculas de ADN para detectar a tuberculose e verificar se o bacilo é resistente aos fármacos habituais.
Os resultados são tão rápidos que permitem que os pacientes iniciem tratamento imediato. Além disso, o novo método possibilita uma economia nas técnicas e na infraestrutura de laboratório, que são bastante dispendiosas, e é tão fácil de usar que não é necessário muito tempo de treino para que se possa operá-lo.
Após ter sido testado durante 18 meses na África do Sul, Uganda e Lesoto, a OMS calcula que é possível triplicar os diagnósticos de tuberculose resistente a remédios convencionais e duplicará o número de diagnósticos de pacientes com tuberculose e HIV, explicou o médico Mario Raviglione, director do departamento "Stop TB" da OMS.
A nova tecnologia estará disponível para todos os países do mundo, tanto os ricos como os pobres, o que representa outro feito revolucionário.
Na apresentação do aparelho, Raviglione afirmou que se trata da tecnologia "mais revolucionária dos últimos 20 anos" neste campo, em que o diagnóstico da tuberculose se transformou "em um desafio real".
O enviado especial da ONU para a tuberculose, o ex-presidente de Portugal Jorge Sampaio, declarou que o aparelho, "que parece uma máquina de café", terá um impacto "tremendo", e definiu o lançamento como "um grande descobrimento".
Embora tenha havido grandes melhorias no atendimento e controlo da tuberculose, esta doença matou um número estimado de 1,7 milhões de pessoas em 2009, ano em que cerca de 9,4 milhões de pessoas desenvolveram tuberculose activa.
A partir de agora, o grande desafio para a implantação do novo aparelho - fabricado pela empresa americana Cepheid e cujo desenvolvimento foi financiado por fundações como a de Bill e Melinda Gates - é o seu custo por unidade (cerca de 17 mil dólares).
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