sexta-feira, 27 de agosto de 2010

António Lobo Antunes e a tropa

Não conheço toda a obra literária de António Lobo Antunes. Mas do que li, não houve nada de que me tenha arrependido de ter lido. Até recentemente, quando me chegou às mãos, uma das sua últimas obras (O Arquipélago da Insónia), de que não consegui ultrapassar as trinta páginas. E já com sacrifício.

Agora a polémica de uma sua confidência numa entrevista ao jornalista João Céu e Silva publicada no livro «Uma Longa Conversa com António Lobo Antunes». Nesta entrevista, António Lobo Antunes fala de  um cenário de barbárie causado pelos militares portugueses na zona de Angola onde cumpriu comissão de serviço na guerra, do elevado número de baixas mortais (150?) no seu batalhão e da forma como os soldados tentavam transferir-se para zonas de combate mais calmas. Afirmações já classificadas pelo  tenente-coronel do Exército Carlos Matos Gomes como «fantasias e delírios». Pelo que conheço da guerra em África, em que também estive envolvido, as afirmações são mesmo fantasiosas. Só não sei se serão delirantes porque suspeito que possa haver alguma segunda intenção ao proferi-las.

Que se passará  com o escritor António Lobo Antunes? Estará a perder qualidade e discernimento? Doença?

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