Do jornal "i" online de hoje, eis esta (link) saborosíssima crónica alegórica da autoria de José Pina:
«Existem dois animais que são fonte de tanto analogismo que já se tornaram adjectivos: a baleia e a formiga. A baleia representa o gigantesco. A formiga simboliza o que é mínimo. Mas, a Balaenoptera Bonaerensis e a Dinoponera Gigantea, respectivamente, baleia-anã e formiga-gigante, vêm trazer uma tragédia poética às analogias. Já repararam no delicioso paradoxo que são estes animais? Uma baleia que tem tudo como as outras, o porte imponente, o "look" do maior mamífero à face da Terra, e depois... tem uns ridículos 8 metros. É anã, mas é uma baleia! E a formiga, que anda ali de um lado para o outro a trabalhar (dizem!), sujeita a todo o momento a ser esmagada e, de repente, vai-se a ver e mede uns espectaculares 3 cm. É gigante, mas é uma formiga!
A baleia-anã, devido à sua "pequenez", não é tão caçada, vive em pequenos grupos e muitas vezes é avistada sozinha. A formiga-gigante é venenosa e tem a originalidade de não ter rainha, apenas uma operária dominante que, após ser fecundada, produz formigas o resto da vida! Que analogias fantásticas se podem fazer com estes seres, improváveis, que simbolizam uma coisa mas têm o nome do oposto daquilo que simbolizam. Em período eleitoral, e como não quero ter problemas com a ERC e muito menos com Pacheco Pereira, resolvi escrever sobre um tema inócuo. Após as eleições irei então falar de Paulo Portas e Francisco Louçã, respectivamente.»
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