A saída de casa do último filho inicia uma nova fase do denominado ciclo de vida familiar, designada por «ninho vazio». Os pais, que viveram relações familiares intensas, são possuídos por sentimentos de perda. O casal encontra-se de novo a sós, tal como no princípio do seu relacionamento.
Ao longo do ciclo de vida familiar pode observar-se um conjunto de tarefas evolutivas, em que a família vive momentos de stress e é obrigada a negociar para transitar dos diversos estádios, com os indispensáveis ajustamentos e adaptações. O percurso normal ao longo desses estádios envolve tensão psicológica («crise normativa»), surgindo dúvidas sobre a capacidade para enfrentar novas situações e, por vezes, alguma resistência em abandonar a estabilidade alcançada no estádio anterior. Na chamada «crise do ninho vazio», surge o confronto com os limites da própria existência, que vem alterar não só a vivência conjugal, mas também valores e prioridades da vida. No entanto, esta crise não deve ser reduzida apenas aos seus aspectos negativos (sentimento de perda, de saída, de luto). Tendo à sua frente quase metade da vida para viver, o casal encontra-se numa posição que lhe permite desenvolver novos projectos e interesses, que se poderá traduzir em satisfação individual e conjugal.
A saída dos filhos de casa dos pais é um desafio para as gerações envolvidas. Se a geração dos pais procura restabelecer o seu relacionamento, a dos filhos procura construir a sua autonomia. Para ambos é um tempo de novidade, aprendizagem e conquista. Há filhos que saem sozinhos, simplificando a história familiar (só movimento de saída), outros saem constituindo desde logo novas famílias, o que complexifica este processo com o intercruzamento de novas histórias familiares. Todo o contexto familiar se refaz com novas adaptações e flexibilizando os seus relacionamentos. Sentimentos ambivalentes podem manifestar-se de acordo com o grau de independência e autonomia alcançadas. Em muitos casos o pai ainda se mantém muito ligado às suas exigências profissionais, absorvendo grande parte da sua vida activa; a mãe por outro lado, pode reagir como se algo dela própria lhe fosse «arrancado», vivendo esta separação com tristeza, depressão ou mesmo hostilidade. A chegada dos netos vem por vezes recompor este período mais crítico elevando o papel dos avós a um suporte válido face às novas exigências familiares. Estes contribuem para o sentido de continuidade, história e pertença do sistema familiar.
O casal livre das tarefas parentais, termina agora um longo período da sua vida em que as responsabilidades inerentes a múltiplas funções quase fizeram esquecer a sua relação a dois. Subitamente, o espaço físico (habitação) fica desadequado, é necessário reestruturar as relações sociais e familiares, as questões financeiras e as exigências profissionais alteram-se de acordo com rápidas mudanças da actividade produtiva. É desejável que cada elemento do casal realize novos investimentos quer em si mesmo, quer na relação mútua.
Ao longo do ciclo de vida familiar pode observar-se um conjunto de tarefas evolutivas, em que a família vive momentos de stress e é obrigada a negociar para transitar dos diversos estádios, com os indispensáveis ajustamentos e adaptações. O percurso normal ao longo desses estádios envolve tensão psicológica («crise normativa»), surgindo dúvidas sobre a capacidade para enfrentar novas situações e, por vezes, alguma resistência em abandonar a estabilidade alcançada no estádio anterior. Na chamada «crise do ninho vazio», surge o confronto com os limites da própria existência, que vem alterar não só a vivência conjugal, mas também valores e prioridades da vida. No entanto, esta crise não deve ser reduzida apenas aos seus aspectos negativos (sentimento de perda, de saída, de luto). Tendo à sua frente quase metade da vida para viver, o casal encontra-se numa posição que lhe permite desenvolver novos projectos e interesses, que se poderá traduzir em satisfação individual e conjugal.
A saída dos filhos de casa dos pais é um desafio para as gerações envolvidas. Se a geração dos pais procura restabelecer o seu relacionamento, a dos filhos procura construir a sua autonomia. Para ambos é um tempo de novidade, aprendizagem e conquista. Há filhos que saem sozinhos, simplificando a história familiar (só movimento de saída), outros saem constituindo desde logo novas famílias, o que complexifica este processo com o intercruzamento de novas histórias familiares. Todo o contexto familiar se refaz com novas adaptações e flexibilizando os seus relacionamentos. Sentimentos ambivalentes podem manifestar-se de acordo com o grau de independência e autonomia alcançadas. Em muitos casos o pai ainda se mantém muito ligado às suas exigências profissionais, absorvendo grande parte da sua vida activa; a mãe por outro lado, pode reagir como se algo dela própria lhe fosse «arrancado», vivendo esta separação com tristeza, depressão ou mesmo hostilidade. A chegada dos netos vem por vezes recompor este período mais crítico elevando o papel dos avós a um suporte válido face às novas exigências familiares. Estes contribuem para o sentido de continuidade, história e pertença do sistema familiar.
O casal livre das tarefas parentais, termina agora um longo período da sua vida em que as responsabilidades inerentes a múltiplas funções quase fizeram esquecer a sua relação a dois. Subitamente, o espaço físico (habitação) fica desadequado, é necessário reestruturar as relações sociais e familiares, as questões financeiras e as exigências profissionais alteram-se de acordo com rápidas mudanças da actividade produtiva. É desejável que cada elemento do casal realize novos investimentos quer em si mesmo, quer na relação mútua.
Porém, o casal pode ver-se a cargo com o cuidar dos seus próprios pais idosos, doentes e dependentes. Essa tarefa deve ser modelada, de modo a não interferir com o que está enraizado na geração mais velha (hábitos, rituais). Na meia-idade, enfrentam-se os problemas de saúde dos familiares em simultâneo com o próprio risco de morbilidade aumentado (alterações relacionadas com a menopausa, doenças cardiovasculares, diabetes, etc.). Na realidade actual, perante a grande mobilidade geográfica que existe, há barreiras físicas impostas pelas distâncias que separam as famílias. Este facto pode impedir que este apoio aos idosos isolados se concretize. A resolução passa por alargar e enriquecer a rede de suporte social.
[Adaptado de "A síndroma do «ninho vazio»" (link), de Luísa J. M. N. Brito da Luz e João Pedro A. Brito da Luz ]
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