quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Simbolismo na Pintura (1)

(O Ciclope, Odilon Redon, 1840-1916. Otterlo Rijksmuseum Kroller Muller)

Na pintura, o Simbolismo define-se como uma corrente oposta ao Naturalismo e ao Impressionismo, ou seja, a tudo o que reflecte uma imagem real e objectiva. Procura o seu modo de expressão através do símbolo ou da ideia (pintar de memória), desprezando a visão realista do Impressionismo (pintar frente ao objecto). As recordações ou mesmo as coisas puramente imaginárias convertem-se, para os simbolistas, nos temas principais da representação artística. À ideia, sempre subjectiva, os artistas do Simbolismo acrescentam o símbolo, a relação com as linguagens literárias e uma figuração exagerada, características que se convertem nos únicos factores da criação estética que se consideram capazes de expressar uma realidade superior. O Simbolismo almeja apreender valores transcendentes - o Bem, o Belo, o Verdadeiro, o Sagrado; mobiliza um imaginário povoado de símbolos religiosos, de imagens tiradas da natureza, de fantasias oníricas (a que não estarão alheias a influência e a inspiração da obra de Sigmund Freud, A Interpretação dos Sonhos, de 1899), de figuras femininas (tanto a ninfa quanto a "mulher fatal"), dos temas da doença, da morte e até da perversidade. Visa retomar a paixão, o sonho, a fantasia e o mistério, explorando um universo situado além das aparências sensíveis.

2 comentários:

Unknown disse...

Gostaria de saber como distinguir a pintura simbolista de outras como a impressionista e surrealista

Daniel Furtado disse...

Muito obrigado pela sua pergunta. Pode encontrar, neste mesmo blogue, vários "posts" sobre esses três tópicos que a elucidarão. Recomendo particularmente, entre vários outros, "O Simbolismo na Pintura (2)", "Impressionismo - O início (4)" e "Surrealismo (3)".