A RTP é a lavandaria do regime. Não há vítima de cabala que não lave a consciência naquela espécie de Santa Casa da Misericórdia dos aflitos.
Desde a entrevista a Carlos Cruz lavado (o termo é apropriado) em lágrimas, os queridos telespectadores já não choravam como choraram com Dias Loureiro (talvez com excepção da entrevista a outra perseguida, a dolorosa mártir Fátima Felgueiras).Dias Loureiro, um homem, como aquele, Malaquias, de Manuel de Lima, barbaramente agredido, foi aos estúdios de baraço ao pescoço e sem bigode, confessando que, sim, era administrador da SLN, mas, enquanto aconteciam no BPN as trapaças que têm vindo a público (e as que hão-de vir), calhou sempre de estar a olhar para outro lado. Assinava as contas sem as ler, pois só lê biografias e romances policiais (as contas do BPN eram um romance policial, mas como podia Dias Loureiro sabê-lo?). Por isso está, obviamente, de consciência limpa.
Eu acredito em Dias Loureiro (que diabo, é um conselheiro de Estado!) e não em cínicos como Stanislaw Lec, para quem a melhor forma de manter a consciência limpa é não lhe dar uso.
Porque na Vida há maus e bons momentos. Porque no dia-a-dia há acontecimentos que nos afectam positiva ou negativamente.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Mentiras e intrigas no Caso BPN (2)
"Minha querida lavandaria" Opinião de Manuel António Pina, publicada no Jornal de Notícias de 24 de Novembro de 2008:
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