Alguns excertos do artigo de opinião de Anselmo Crespo, intitulado "Pessoas que não podem ter poder", publicado hoje no jornal "Diário de Notícias", com a devida vénia,
.../...«Pessoas que não podem ter poder são poderosos perigosos. Eles sempre andaram por aí. A governar países, empresas, organizações de todo o tipo. E há vários espécimes, cada um com características muito próprias.
O Poderoso Pacóvio é uma espécie que vem de origens humildes. Subiu a pulso, mas, como achou que isso não chegava, decidiu subir também entre os pingos da chuva. Nunca se compromete e pensa sempre o que outros poderosos - os que interessam - pensam, só para impressionar. O poderoso pacóvio pode ser perigoso.
.../... Há também o Poderoso Pulha. O poderoso pulha repete algumas das características do poderoso pacóvio, mas acrescenta-lhe outras tantas que o tornam um espécime único. O poderoso pulha está quase sempre a rir. Gosta de quase toda a gente, raramente discorda de alguém e é exímio a preencher vazios. Onde se abrir uma brecha, o poderoso pulha está lá.
.../... O Poderoso Prepotente é, provavelmente, o espécime mais comum. Acha que a inteligência lhe advém do poder e que, mesmo não tendo o poder todo, é impossível alguém ser mais inteligente do que ele. O poderoso prepotente dá ordens e dispensa-se de as explicar. Aponta um caminho, amua se for contrariado, mas faz a fuga para a frente. O poderoso prepotente comporta-se como uma criança birrenta.
.../... Donald Trump é uma espécie de três em um. À pacovice, junta-se-lhe a pulhice e a prepotência. É por isso que o mundo é hoje um sítio muito mais perigoso.»
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