terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Tito Schipa

Tito Schipa, de nome completo Raffaele Attilio Amedeo Schipa, tenor lírico italiano, considerado um dos mais importantes do século XX, nasceu no dia 27 de Dezembro de 1888 em Lecce. Foi registado como tendo nascido a 2 de Janeiro de 1889, com a finalidade de retardar por um ano o alistamento militar obrigatório.

No ano de 1902, com a chegada a Nápoles do bispo Gennaro Trama, o rapaz, já apelidado de "Titu" (que significa pequenino), entrou para o seminário, onde pôde estudar também composição musical.

Depois da adolescência, a conselho de seu professor de canto, Alceste Gerunda, Tito partiu para Milão a fim de terminar os estudos com Emilio Piccoli. Fez a sua estreia musical em Vercelli, em "La Traviata", a 4 de Fevereiro de 1909,  mas não alcançou sucesso imediato.

Após uma longa rotina de formação na companhia de ópera de Giuseppe Borboni, veio a triunfar em Nápoles, na temporada lírica de 1914, dirigida por Leopoldo Mugnone, quando, numa apresentação da "Tosca", o nome artístico de Tito Schipa se impôs definitivamente na imprensa artística e mundana da época.

Tito Schipa falava fluentemente quatro línguas e cantava em doze, entre elas o idioma aborígene australiano e também o napolitano, como ele próprio gostava de ressaltar, para fazer graça.

O primeiro triunfo de Tito Schipa fora da Itália ocorreu no Teatro Real de Madrid, a 14 de Janeiro de 1918, com a ópera "Manon".

A convite da soprano escocesa Mary Garden e do empresário Cleofonte Campanini, que dirigiam juntos a Civic Opera of Chicago, Tito Schipa chegou aos Estados Unidos em 1919. Neste país, casou com a francesa Antoinette Michel d'Ogoy, que tinha conhecido em Montecarlo a 27 de Março de 1917, por ocasião da apresentação mundial da ópera "La Rondine" de Giacomo Puccini, em que ele interpretou o personagem de Prunier. Com Antoinette, Tito Schipa teve duas filhas, Elena e Liana.

No dia 4 de Dezembro de 1919, Schipa estreou-se triunfalmente em Chicago no "Rigoletto", sob a direção de Gino Marinuzzi. Essa apresentação marcou o triunfo e o início de sua permanência nos Estados Unidos durante 15 anos. O público norte-americano estava ansioso por comparar a grandeza de Schipa com a do inesquecível Enrico Caruso.

Em Outubro de 1932 Tito Schipa deixou Chicago para ocupar o lugar vago de Beniamino Gigli no Metropolitan Opera House de Nova Iorque. Em 1935, apresentou "Werther" em São Francisco. Mas os efeitos da grande depressão, iniciada em 1929, aliada à continuada crise conjugal e às saudades da sua pátria, levaram Schipa de regresso a Itália, onde permaneceu durante os anos da Segunda Grande Guerra Mundial.

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