quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Fernand Léger, pintor cubista

Jules-Fernand-Henri Léger, pintor francês que se distinguiu como pintor e desenhador cubista, nasceu no dia 4 de Fevereiro de 1881 em Argentan, Orne.

Filho de camponeses normandos, Fernand Léger fez a sua aprendizagem num atelier de arquitectura, em Caen, até que, em 1900, foi viver para Paris. Decisivos são o encontro com a pintura de Cézanne em 1904 e 1907 e as consonâncias com a revolução cubista. Vai ser amigo de Delaunay, Max Jacob, Apolinaire e Blaise Cendrars, enquanto Kahnweiler expôe trabalhos seus.

Em 1911 Fernand Léger expôs com Metzinger, Gleizes e Delaunay no Salão dos Independentes e já então apresentou um discurso autónomo relativamente ao cubismo ortodoxo e muito ligado ao seu interesse pelo orfismo e pelo futurismo, com experiências abstractas em 1913. No seu estilo articulam-se, nesta época, formas curvas, cónicas e cilíndricas, que compõem secções de corpos geométricos e de outros objectos, com uma coloração primária (Natureza Morta, 1913-1914 e O Fumador, 1912).

A obra posterior de Fernand Léger demonstra interesse pela civilização industrial, pelo tema da máquina, da guerra de 1914, a partir da Frente Popular, e pelo mundo do trabalho. Tais interesses conduziram antes e depois da II Guerra Mundial à pintura mural e à grande decoração.

Fernand Léger realizou um filme experimental de animação de objectos (Bailado Mecânico, 1924), com a participação de Man Ray, que é o primeiro filme realizado sem argumento, e fez trabalhos cenográficos e de guarda-roupa para grupos de bailado suecos (1921). Dedicou-se ainda à escultura, à cerâmica e aos mosaicos.

Durante a Segunda Grande Guerra, Fernand Léger exilou-se nos Estados Unidos, onde foi professor na Universidade de Yale e no "Mills College", tendo voltado para França em 1945. De volta à sua terra natal, concebeu os vitrais da Igreja do Sacré-Coeur de Audincourt e um painel para o Palácio das Nações Unidas de Nova Iorque. Em 1945 filiou-se no Partido Comunista Francês. Pintou em 1954 o seu mais conhecido quadro, A Grande Parada. Em 1955 foi homenageado com o prémio da Bienal de São Paulo.

O trabalho de Léger exerceu uma influência importante no construtivismo soviético. Os modernos cartazes comerciais, e outros tipos de arte aplicada, também vieram a ser influenciados pelos seus desenhos. Nos seus últimos trabalhos, realizou uma separação entre a cor e o desenho, de tal maneira que suas figuras mantêm os seus formulários robóticos definidos por linhas pretas.

Fernand Léger faleceu a 17 de Agosto de 1955 em Gif-sur-Yvette.

La Grande Parade sur fond rouge (mosaico), Fernand Léger, 1953, National Gallery of Victoria, Melbourne 

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