Henri Matisse foi como que o porta-bandeira do movimento dos fauve. Na altura da "consagração" oficial do grupo, por ocasião do Salon d'Automne de 1905, ele teve a oportunidade de revelar o objectivo mais autêntico da pintura - a um crítico de arte que o acusava de ter utilizado demasiadas cores no rosto de uma mulher (no quadro La Femme au Chapeau), e troçar do aspecto pouco digno que esse excesso lhe conferia, Matisse respondeu: «Monsieur, je ne crée pas une femme, je fais un tableau» («Eu não crio uma mulher, eu pinto um quadro»).
E, de facto, nessa época, a arte de Matisse desenvolveu-se num afastamento cada vez maior em relação aos temas que, apesar de continuarem a estar presentes, não passam de meros pretextos que servem para evidenciar, por "diferença", as ideias de construção a partir das quais o pintor deve trabalhar.
La Raie verte, portrait de madame Matisse, Henri Matisse, 1905, Statens Museum for Kunst, Copenhaga |
(Adaptado de "Guia de História da Arte", Editorial Presença, 5.ª edição, 2002)
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