«Li algures Senhor, que os homens são anjos de uma só asa. Que só podem voar se permanecerem abraçados. Por vezes, nos momentos de maior intimidade, ouso pensar Senhor, que também Tu decidiste ter só uma asa, mantendo a outra oculta, isto para me fazeres entender que não queres voar sem mim. Ensina-me então, a elevar-me contigo, porque viver é experimentar a aventura da verdadeira liberdade, a liberdade interior que Tu nos propões. Voar é disponibilizar a asa, a nossa única asa, com a mesma confiança daqueles que sabem voar com um grande amigo como tu. Porém não basta saber voar contigo Senhor. Pediste-me para eu abraçar cada irmão, ajudando-os a voar. Peço-Te perdão por todas as vezes que não aceitei no voo da sua diferença, da sua liberdade, tê-los comigo. Ajuda-me a não ser indiferente ao irmão que tem a sua asa ferida, devido a dura realidade, da dificuldade, da solidão e por isso permanece convencido que não é digno de voar contigo, especialmente para o irmão marginalizado. Dá-me Senhor uma asa de reserva para voar com ele, emprestando-lhe a minha asa para com a dele sermos duas asas.
Bom dia, Santo domingo.»
(D. Francisco Senra Coelho)
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