sexta-feira, 13 de junho de 2014

Vieira da Silva, pintora abstracta

Maria Helena Vieira da Silva ou, simplesmente, Vieira da Silva,  pintora portuguesa, naturalizada francesa, nasceu no dia 13 de Junho de 1908 em Lisboa. Aos 16 anos estudou escultura e apaixonou-se pela anatomia. Em 1928 instalou-se em Paris, onde conheceu Árpád Szenes, com quem viria a casar. Em 1929 abandonou definitivamente a escultura, dedicando-se desde então à pintura. Expôs pela primeira vez em 1933, na galeria Jean Buchet.

Vieira da Silva tem um lugar isolado ao nível da segunda geração da arte moderna portuguesa. A sua integração na problemática da Escola de Paris, com outras dimensões culturais, desloca-a do âmbito da história da arte nacional. Todavia, a pintora manteve-se ligada a uma visualidade portuguesa, que perdura ao longo da sua carreira. A paisagem urbana de Lisboa, com os seus azulejos, as casa e as "perspectivas decifráveis na estrutura rítmica da sua pintura tem uma certa memória lisboeta". Funciona como valor orgânico ou constante estrutural numa pintura levada ao limite da sua possibilidade imagética, de espaços do tempo e da memória, submetida aos ritmos da Natureza, numa teia musical invadida por oblíquas.

A obra de Vieira da Silva, de grande unidade, prosseguida em variada continuidade, pelo seu afastamento pôde manter-se fiel a uma memória decantada da pátria, resolvendo-a num abstraccionismo lírico de raiz impressionista, em "poética de espaço infinito e prisão angustiante".

Maria Helena Vieira da Silva faleceu em Paris no dia 6 de Março de 1992. Para honrar a memória do casal de pintores, foi fundada em Lisboa a Fundação Árpád Szenes-Vieira da Silva e a Escola Vieira Da Silva (em Carnaxide).

Em 2013, a União Astronómica Internacional deu o nome da artista plástica a uma cratera no planeta Mercúrio.
Partida de Xadrez, Maria Helena Vieira da Silva, 1943, Museu Nacional de Arte Moderna, Paris

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