O estado do pavimento da Via de Cintura Interna e da Ponte da Arrábida, no Porto

A falta ou insuficiente manutenção das nossas vias rodoviárias não é de agora. Investiram-se milhões de euros na construção de auto-estradas, de itinerários principais e itinerários complementares, mas nunca se planeou, a sério, a respectiva conservação regular e atempada.

E as consequências, agora que atravessamos um tempo de "vacas magras", com a denominada "crise" a afectar os orçamentos de todas as instituições do Estado, começam a reflectir-se, mais ainda, no pouco que ainda era feito.

O IC23, mais conhecido por VCI (Via de Cintura Interna) que serve a região metropolitana do Porto, é uma  auto-estrada em forma de anel que contorna a zona central dos núcleos urbanos do Porto e de Vila Nova de Gaia, numa extensão total de 21 km. Como cerca de 30% da população da Grande Área Metropolitana do Porto vive "dentro" do anel da VCI, fácil é compreender que seja uma via de tráfego constante e intenso.

Este Inverno rigoroso, com chuva persistente e abundante, tem contribuído para a rápida deterioração do asfalto desta tão importante via rodoviária, ele próprio já muito desgastado pela intensidade do tráfego. Diariamente são visualizadas novas fissuras e erosões que evoluem rapidamente para buracos. O pavimento de revestimento da Ponte da Arrábida, e o das respectivas vias de acesso, é aquele que se encontra em pior estado, sobretudo próximo das juntas de dilatação do tabuleiro.

Havia esperança que, passada a época das chuvas, fosse aplicada uma nova e há muito necessária camada de asfalto, em vez dos remendos com que se tem procurado remediar os danos. Parece que tal não se concretizará. Efectivamente, assistiu-se há poucos dias à operação de renovação da pintura dos limites das vias de rodagem. Sendo assim, é de admitir que não estará para breve a reparação adequada e recuperação do pavimento desta tão importante via rodoviária, bem como o da Ponte da Arrábida.

Ou seja, a Via de Cintura Interna do Porto, vai continuar a ser considerada uma das mais perigosas, se não a mais perigosa, de todas as estradas do país, como indicavam as estatísticas oficiais em 2011.