«Milhares de proprietários já receberam as notificações das Finanças para
pagar, em Setembro, a segunda prestação do IMI – Imposto Municipal
sobre Imóveis. Este pagamento ocorre numa altura em que o valor das
casas não pára de descer. Segundo o Instituto Nacional de Estatística
(INE), o valor médio dos imóveis caiu 7,3% num ano. E para quem, como
eu, mora num apartamento, a queda chega aos 9%.
Enquanto o organismo que faz e certifica as contas do
País diz que as casas valem cada vez menos, para a máquina do Fisco a
realidade é outra: o valor dos imóveis não pára de subir, e vai de
actualizar os valores inscritos na matriz predial para o dobro ou para o
triplo para arrecadar mais imposto. A factura, que será pesada, vai
chegar em 2013.
Vamos todos pagar mais por casas que valem cada vez menos. Um cenário antecipado pelo grande poeta Vinícius de Moraes quando escreveu:
"Era uma casa muito engraçada, não tinha tecto, não tinha nada.
Ninguém podia entrar nela, não, porque na casa não tinha chão.
Ninguém podia dormir na rede, porque na casa não tinha parede.
Ninguém podia fazer pipi, porque penico não tinha ali..."»
(Opinião de Miguel Alexandre Ganhão, subchefe de redacção do jornal "Correio da Manhã)
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