Aposentado compulsivamente, com mais de sessenta anos de idade, Gianni (Gianni di Gregorio), tem deixado que a sua vida gire à volta das mulheres, mas apenas para lhes prestar serviços e satisfazer os mais pequenos caprichos. Casado com uma mulher que lhe impõe tarefas domésticas, com uma filha já adulta, com uma mãe que o solicita constantemente, a propósito de tudo e de nada, Gianni sente que está a ser usado por todas elas, mas não consegue dizer-lhes não. Um dia, em desabafo com Alfonso (Alfonso Santagata), o seu amigo mais chegado, confessa o quanto lhe custa a sensação de vazio da sua existência. Alfonso lança-lhe o desafio de arranjar uma amante e acordar para a vida nos braços de uma mulher.
Esta película, "Gianni e le Donne", de título original, dirigido pelo próprio protagonista, Gianni di Gregorio, será como que uma continuação do seu primeiro filme, "Almoço de 15 de Agosto" ("Pranzo di Ferragosto"), realizado em 2008. Quem não viu a sua primeira obra poderá considerar a personagem Gianni insuficientemente caracterizada e julga-la-à tola e descabida: um homem que sabe que é usado e se submete, mesmo com prejuízo do seu bem-estar diário e da sua vida sentimental. O filme acaba por ser um razoável entretenimento, porque tem ritmo, o enredo insólito desperta o interesse dos espectadores e também porque atenua, de alguma maneira, as saudades da cinematografia italiana.
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