domingo, 22 de maio de 2011

"Sem Limites"

Eddie Morra (Bradley Cooper), um jovem escritor em início de carreira, confrontado com um bloqueio do seu processo criativo, abandonado pela namorada (Abbie Cornish), sem dinheiro, encontra inesperadamente o irmão da ex-mulher que lhe oferece um comprimido de NZT, uma droga experimental que permitiria ampliar os limites do conhecimento e do raciocínio ao facilitar o uso integral das capacidades do cérebro. Incrédulo e a contragosto, ele aceita a amostra grátis do ex-cunhado e comprova as anunciadas propriedades da droga. Com um comprimido por dia, ele torna-se mais inteligente, mais rápido no raciocínio, com acesso instantâneo às memórias mais recônditas, intuitivo e carismático, ou seja, torna-se uma versão quase perfeita de si mesmo. As novas capacidades aumentam a sua autoconfiança e agilidade mental, o que lhe permite discorrer sobre direito, economia, mercados financeiros, política e até aprender rapidamente outras línguas. O sucesso ocorre também com as mulheres e ele dorme com algumas das mais belas de Nova Iorque. Para poder ganhar dinheiro mais rapidamente lança-se na especulação bolsista e é então que conhece Carl Van Loon (Robert De Niro) que logo o quer contratar. Mas a droga começa a revelar-se não inócua e surgem os efeitos adversos. E Eddie começa também a ter que se confrontar com outros utilizadores do NZT.

Deve ser destacado o grafismo do filme. Neil Burger e o seu director de fotografia Jo Willems conceberam e criaram um originalíssimo efeito visual em que a câmara parece passar a alta velocidade através de tudo o que está à sua frente. E não poderia haver melhor cenário para este efeito que a cidade de Nova Iorque onde se podem combinar tantas luzes e tanto movimento quantas um cérebro pode absorver quase instantaneamente. Imaginativos também os elementos de iluminação e cor "mais quente" que ilustram as transformações sentidas pelas personagens sob o aludido efeito fisiológico da droga.

Enfim, um thriller (de título original "Limitless") diferente do habitual, quer pela imaginação do roteiro, quer pelo tratamento formal, embora a mensagem final, se é que ela existe, possa ser o da apologia da droga, que teríamos obviamente que condenar.

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