terça-feira, 23 de novembro de 2010

Manuel de Falla

Manuel de Falla y Matheu, compositor nacionalista espanhol, nasceu em Cádis a 23 de Novembro de 1876. Filho de um comerciante e de uma pianista, teve as suas primeiras aulas de música por sua mãe.

Discípulo de F. Pedrell, com quem estudou composição, foi o fundador da nova escola nacional espanhola. As suas melodias, ricas em elementos de folclore espanhol, são, mais do que expansivas, concentradas e intensas. O seu estilo harmónico e a sua técnica orquestral evoluíram, com a sua maturidade, desde o impressionismo até a uma modalidade concisa, nitidamente individualista.

Em 1905 ganhou o Prémio de Belas-Artes pela ópera La Vida Breve, apenas estreada em 1913, no idioma francês, em Nice. De 1907 a 1914 viveu em Paris, onde teve influências de Claude Debussy, Maurice Ravel, Paul Dukas e Isaac Albéniz. O seu bailado El Sombrero de Tres Picos foi estreado em 1919 em Paris por Sergei Diaghilev.

Falla fixou-se em Granada em 1919. Outras obras significativas suas são El Amor Brujo (1915), bailado cuja versão definitiva data de 1928 e El Retablo de Maese Pedro (1923), composição inspirada num episódio do Don Quijote, para três vozes e pequena orquestra. As suas principais obras puramente instrumentais são Noches en los Jardines de España (1916) para piano e orquestra, Fantasia Bética (1919), para piano, Concierto para Clavicórdio y Cinco Instrumentos (1926).

Manuel de Falla tentou em vão impedir o assassinato do seu amigo Frederico García Lorca em 1936. Após a vitória de Franco na Guerra Civil Espanhola, Falla emigrou para Argentina, onde começou a compor a cantata La Atlântida, sobre texto de J. Verdaguer. Não viria a concluir esta obra, pois faleceu a 14 de Novembro de 1946, com 75 anos. A cantata foi concluída posteriormente, por E. Halffter e estreada em 1961.

Em 1947, os restos mortais de Manuel de Falla foram trasladados para Espanha e depositados na catedral de Cádis.

Podemos assistir aqui a uma interpretação de El amor brujo (Danza ritual del fuego), pela Chicago Symphony Orchestra dirigida por Daniel Barenboim.

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