Este filme de grande orçamento, propõe-se apresentar-nos a história da origem do mítico archeiro da floresta de Sherwood, que roubava aos ricos para distribuir aos pobres, que viria a ser conhecido como Robin Hood. Ridley Scott tenta construir um Robin dos Bosques sob uma perspectiva moderna, eventualmente a pensar no público sem memória fílmica das anteriores versões sobre o herói, pretendendo talvez abrir a porta para eventuais sequelas que, essas sim, tornem a abordar a narrativa lendária.
Robin Hood, interpretado por Russell Crowe, é-nos apresentado sob uma forma bem mais realista do que a que, por exemplo, Errol Flynn protagonizou. Não veste collants, não se apresenta sempre impecavelmente limpo e barbeado, sorridente, bem disposto, etc. Pelo contrário, a personagem de Crowe não é cómica, nem sequer divertida, veste-se em consonância com os costumes da época e, de acordo com as circunstâncias da acção, é mostrado sujo, ensanguentado, transpirado e até, segundo a constatação intencional de Lady Marion (Cate Blanchett), mal cheiroso...
São aspectos menos positivos, a discutível qualidade da fotografia e a inclusão de algumas cenas que nos dão uma sensação desagradável de déjà vu, de cópia de outros filmes. Nas cenas de praia, na tentativa de invasão pelas tropas francesas, são feitas filmagens com acções que parecem decalcadas de cenas de filmes como "O Dia Mais Longo" ou "O Resgate do Soldado Ryan". As filmagens debaixo de água vendo-se as setas a penetrarem nos corpos dos combatentes, a existência de embarcações de desembarque muito semelhantes às barcaças utilizadas nas praias da Normandia, são exemplos de cenas completamente despropositadas neste "Robin Hood".
As interpretações dos principais actores são correctas, mas vulgares. Talvez se possam destacar as de Max von Sydow e as de Cate Blanchett. De referir a presença de William Hurt, num papel que também nada acrescenta aos seus méritos.
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