Este filme ("Up in the Air"), de Jason Reitman, baseada numa obra literária de Walter Kirn, aborda dois temas actuais, o crescente processo de desumanização no ambiente empresarial e a solidão dos que se dedicam de alma e coração a um projecto de vida, abdicando da família e de um lar. Ryan Bigham (George Clooney), é um especialista em despedimento de pessoal, ou, como ele diz, a pessoa que demite os empregados cujos patrões são suficientemente cobardes para o fazerem eles próprios. Transportando consigo uma bagagem minimalista, Ryan viaja continuamente por toda a América em crise, como mensageiro de más notícias, ainda que a sua forma de abordagem pretenda dar a sensação que o melhor que aconteceu ao desempregado foi ser demitido. Ele vive para esta missão e renuncia a compromissos de índole pessoal. Não tem ligações românticas e o seu pequeno apartamento, por onde passa escassos dias ao longo do ano, é totalmente desprovido de conforto. Inesperadamente, tudo se arrisca a ser alterado, quando o seu patrão decide aplicar-lhe o seu próprio conceito de maximização de recursos e resolve mudar o método de trabalho, fazendo-o cumprir as suas funções através de vídeo-conferência, sistema proposto e desenvolvido por Natalie Keener (Anna Kendrick), uma "yuppie" que o irá acompanhar temporariamente nas próximas viagens para conhecer a realidade do seu trabalho. Pouco antes, Ryan iniciara uma relação amorosa casual com Alex Goran (Vera Farmiga), que exerce funções profissionais que a obrigam, também, a constantes deslocações pelo país. A absorvente trama gira à volta destas três personagens, cujos intérpretes têm, todos eles, desempenhos de grande mérito.Sendo um filme inquietante pelas questões que aborda, fica-nos a sensação que poderia ser melhor conseguido se Jason Reitman tivesse optado por um final mais consequente. Mas é uma obra para alcançar mais do que um "Oscar" da Academia.
Sem comentários:
Enviar um comentário